Objetivos e público alvo
Mobilizar moradores e moradoras das áreas afetadas por intervenções urbanas relacionadas à Copa 2014 para que exijam dos órgãos públicos a garantia dos direitos humanos é o principal objetivo do projeto apoiado. O foco é a defesa do direito à moradia e ao trabalho dignos, o acesso à saúde, à educação e à mobilidade urbana.
Diretamente, serão beneficiadas pelo projeto as comunidades Favela da Paz, Três Cocos, Favela Catitu, Miguel Inácio Curi I e II, Cidade AE Carvalho etc, afetadas pelas obras viárias que ocorrerão no entorno do Estádio “Itaquerão”; as comunidades do Jardim Paraná, impactadas pela construção do Rodoanel trecho Norte; comunidades afetadas pelas obras da Operação Urbana Rio Verde Jacu Pêssego; a população ameaçada de despejos nas ocupações de edifícios abandonados, na área central de São Paulo; e ambulantes mobilizados para resistência à repressão e á violação do direito ao trabalho.
Atividades Principais
- “Debate-bolas” – Serão organizados debates nas comunidades afetadas pelas obras relacionadas direta ou indiretamente à Copa 2014. O grupo pretende utilizar a linguagem e a cultura do futebol em vídeos denúncia, apresentações teatrais e oficinas que aproximem a população da temática;
- Realizar mobilizações porta a porta para sensibilizar os moradores a participar das atividades e informar sobre as ações de resistência aos despejos forçados;
- Elaborar e distribuir cartilhas, panfletos, boletins e vídeos; bem como alimentar o blog do Comitê Nacional com notícias relacionadas aos impactos da Copa em São Paulo;
- Realizar oficinas de direitos humanos para 20 lideranças que se tornem multiplicadoras em suas comunidades;
- Realizar um seminário estadual sobre o tema, com representantes do movimento popular, do poder publico, do Ministério Público e da Defensoria Pública.
Contexto
Grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo de 2014, são festas internacionais que mobilizam países e investimentos voltados para uma suposta melhoria das cidades sede. Porém raramente esse legado se traduz em melhoria urbana para os moradores das áreas mais pobres. Ao contrário, despejos forçados impactam as famílias que estão “no caminho” das obras previstas para os megaeventos. Em São Paulo, o comitê acompanha as mobilizações dos ambulantes, pelo direito ao trabalho; e apoia as comunidades ameaçadas de despejo forçado.
Sobre a Organização
O Comitê Popular da Copa de São Paulo é uma rede de organizações e movimentos sociais articulados desde 2011 em torno da luta pela moradia e trabalho dignos. O comitê estruturou-se em grupos, conforme processo indicado pela Ancop – Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (GT Jurídico, GT Financeiro, GT Comunicação, GT Mobilização) e promoveu o diagnóstico das várias violações que estavam ocorrendo na cidade de São Paulo, direta e indiretamente relacionadas à Copa 2014.
Parcerias
O Comitê de São Paulo é parte da Ancop – Articulação Nacional de Comitês Populares e participa da rede de organização da IV Jornada da Moradia Digna, em parceria com a Defensoria Pública do Estado de São Paulo e outras organizações, cujo tema central foi “A disputa pela cidade: Conflitos urbanos e resistência popular”.
Resultados
A elaboração, produção e difusão de material contou com a participação da Rede Rua, que filmou as ações do Comitê, como atos públicos e debates-bolas. Os vídeos foram disponibilizados nos canais de comunicação da Rede Rua e do Comitê. Foram produzidos também faixas, panfletos, cartazes, além da publicação de edições do Jornal Popular da Copa. Os debates-bolas realizados nas comunidades reuniram moradores, estudantes, participantes de movimentos sociais e representantes da sociedade civil. Também foram realizados debates em universidades e apresentação de pesquisa sobre os impactos da Copa em São Paulo e Salvador.