Após um processo de seleção, lançado no final do ano passado, o Fundo Brasil de Direitos Humanos aprovou nove projetos por meio do edital “Enfrentamento ao tráfico de pessoas”. A fundação vai doar um total de R$ 360 mil para combater o tráfico humano, o que representa até R$ 40 mil por projeto.
A nova linha de apoio é destinada a grupos que combatem o tráfico para o trabalho escravo ou exploração sexual de mulheres, crianças e adolescentes.
O processo seletivo contou com a participação de um Comitê de Seleção formado por três especialistas no assunto: Fábio Balestro Floriano, da Fundação Friedrich-Ebert-Stiftung; Maria Madalena Ferreira Guilhon Macieira de Barros, do Fundo Elas; e Maia Sprandel, antropóloga que trabalha no Senado Federal.
“Não acredito ser importante a entidade já ter desenvolvido ação de enfrentamento ao tráfico de pessoas. Muitas vezes, dada a força da agenda antitráfico, pode até ser interessante que não o faça”, disse Maia sobre seus critérios de seleção. “Prefiro legitimar entidades com trabalhos já consolidados de fortalecimento de grupos e comunidades, pois os resultados por si só já os fortalecem”, completou.
Fábio deu ênfase a projetos com ações diretas de enfrentamento ao tráfico de pessoas, efeito multiplicador e orçamentos detalhados. Enquanto Madalena dividiu seu relatório em pontos fortes e fracos, sempre levando em consideração a comunicação das organizações.
A diversidade geográfica, o tipo de organização e o público alvo e a modalidade de tráfico foram critérios seguidos por todos os integrantes do Comitê de Seleção.
Dos projetos selecionados, quatro são do Nordeste, três do Sudeste, um do Centro-Oeste e um do Norte.
No total, o Fundo Brasil recebeu 111 propostas nesta chamada.
Os projetos selecionados para receberem apoio são: Casa da Mulher Trabalhadora (CAMTRA), do Rio de Janeiro; Centro de Referência Integral de Adolescentes (CRIA), da Bahia; Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán (CDVDH/CB), no Maranhão; Centro de Apoio e Pastoral do Migrante (CAMI), de São Paulo; Pastoral da Mobilidade Humana (PMH)/ Diocese Santa Cruz de Corumbá, no Mato Grosso do Sul; Grupo Guaribas de Livre Orientação Sexual (GGLOS LGTB), no Piauí; Centro Humanitário de Apoio à Mulher (CHAME), na Bahia; Associação de Prostituição de Minas Gerais (Aprosmig), em Minas Gerais; União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (UMIAB), na Amazônia.
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Fundo Brasil
Em quase dez anos de atuação, o Fundo Brasil já destinou R$ 8 milhões a quase 300 projetos espalhados por todas as regiões brasileiras. A fundação atua para dar visibilidade a organizações locais de direitos humanos e desenvolver um novo modelo de doações e promover o investimento social privado.
Fundado sob a orientação de ativistas e acadêmicos respeitados, o Fundo Brasil de Direitos humanos começou suas atividades em 2006. É uma fundação privada, sem fins lucrativos, com a proposta inovadora de construir mecanismos sustentáveis para canalizar recursos destinados aos defensores de direitos humanos.