Ícone da luta contra o racismo no Brasil, Abdias Nascimento morreu aos 97 anos, na noite de segunda-feira, 23 de maio. Ele estava internado no Hospital dos Servidores, no Rio de Janeiro. O corpo foi velado na Câmara Municipal daquela cidade, na quinta-feira, dia 26, das 18 às 23 horas, e na sexta-feira, dia 27, das 6 às 11 horas.
“O movimento negro está de luto. Abdias Nascimento foi o líder maior das nossas lutas. E em honra à memória dele continuaremos lutando”, declarou a diretora do Fundo Brasil, Sueli Carneiro, ao saber do falecimento.
Abdias Nascimento é um pioneiro que, pessoalmente, superou os obstáculos do racismo em um país onde a discriminação é estrutural e profunda. Ele tem sido um mentor para os líderes emergentes e defensores de direitos humanos.
Um dos instituidores do Fundo Brasil, Abdias Nascimento dedicou toda a sua vida ao ativismo e relatou práticas de racismo contra comunidades afrodescendentes no Brasil e no mundo.
Foi um dos fundadores da Frente Negra Brasileira e criador do teatro experimental para pessoas negras. Foi Deputado Federal, Senador da República e Secretário de Defesa e Promoção das Populações Afrobrasileiras do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Artista, escritor, poeta, Abdias Nascimento também atuou na afirmação da cultura africana como um professor e educador nas Américas.
“Promover os direitos humanos no Brasil significa dar prioridade à efetiva inclusão social dos afrodescendentes, pois o sistema de discriminação racial no Brasil, mais eficaz que o apartheid sul-africano, construiu um racismo que setores poderosos insistem em negar e ignorar solenemente, assim impedindo a busca de efetivas soluções.” – Abdias Nascimento (1914-2011)