Vítima de um erro que o levou à prisão, o ator Vinícius Romão participa da nova etapa da campanha “Diga Sim aos direitos humanos no Brasil”, do Fundo Brasil de Direitos Humanos. Junto com as atrizes Letícia Sabatella e Jéssica Ellen, ele gravou um vídeo em que fala sobre a importância da igualdade.
No vídeo, os atores afirmam que as pessoas são diferentes umas das outras e que não podem ser discriminadas por causa de suas características individuais.
“Em algum momento, a vítima pode ser você”, diz Vinícius.
Em fevereiro de 2014, o ator foi preso por engano no Rio de Janeiro, acusado injustamente de roubar e agredir uma mulher. Passou 16 dias numa casa de detenção em São Gonçalo, na região metropolitana do estado.
Vinícius foi confundido durante o reconhecimento, mas depois a própria vítima admitiu o engano e ele foi absolvido pela Justiça.
“Tem muitos Vinícius lá dentro”, afirmou o ator ao deixar a detenção, mais magro e com os cabelos raspados.
A prisão dele provocou manifestações de protestos e chamou a atenção para a discriminação sofrida diariamente por negros no Brasil. Amigos e conhecidos substituíram suas fotos nas redes sociais pela de Vinícius para protestar.
O ator participou da novela “Lado a Lado”, da TV Globo, é formado em psicologia e trabalhava como vendedor na época da prisão.
A campanha do Fundo Brasil tem o objetivo de engajar pessoas na defesa de causas sociais. Vídeos divulgados na internet abordam temas como direitos da criança, violência contra a mulher, tráfico de pessoas e enfrentamento ao trabalho escravo.
Fundo Brasil
Por meio de editais lançados anualmente, o Fundo Brasil apoia vários projetos de combate à discriminação e defesa da igualdade de direitos independentemente da aparência, cor, raça, sexo, modo de viver, de pensar ou de trabalhar.
Um deles é o desenvolvido pelo Centro Cultural Coco de Umbigada, de Pernambuco. Por meio da criação de um game e de oficinas em centros culturais e escolas públicas, o projeto transmite a beleza das histórias africadas como forma de combater o preconceito, o racismo e a intolerância religiosa.
“Entendemos a importância da apropriação das tecnologias, tendo a matriz africana sempre presente”, explica Mãe Beth de Oxum, uma das responsáveis pelo projeto. “A luta é cotidiana. Para quem está na ponta desse país, a luta é antiga”, completa.
Outro exemplo de enfrentamento à discriminação é o do Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis do Piauí, que busca a garantia dos direitos de travestis e transexuais no que diz respeito à identidade de gênero.
“Temos como lema a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU. Que os diferentes não sejam vistos como algo inferior”, defende Maria Laura dos Reis, do Grupo Piauiense.
Em quase dez anos de atuação, o Fundo Brasil já destinou R$ 7,6 milhões a quase 300 projetos espalhados por todas as regiões brasileiras. Trabalha para dar visibilidade a organizações locais de direitos humanos e desenvolver um novo modelo de doações e promover o investimento social privado.
Para assistir ao vídeo da campanha “Diga Sim aos direitos humanos no Brasil”, clique aqui.
Sobre a fundação
Fundado sob a orientação de ativistas e acadêmicos respeitados, o Fundo Brasil de Direitos Humanos iniciou suas atividades em 2006, como fundação privada, sem fins lucrativos, com a proposta de contribuir para a realização de direitos humanos no Brasil, construindo mecanismos inovadores e sustentáveis que canalizem recursos para fortalecer organizações da sociedade civil e para desenvolver a filantropia de justiça social.