Já parou para se perguntar por que existe ESG e por que essa é uma agenda sem volta no mundo corporativo?
Apesar de muito debatida no âmbito empresarial e parecer uma tendência passageira, as práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança, traduzido para o português) são uma revolução silenciosa e ainda possuem um longo caminho para que as pessoas entendam que esses requisitos vão além de uma estratégia de marketing. O conceito influencia profundamente nas relações da sociedade como um todo, moldando globalmente a forma como as empresas se posicionam perante ao mercado.
O ESG também mostra como as práticas da empresa impactam diretamente a sociedade, proporcionando dignidade para as pessoas, combatendo a desigualdade e garantindo condições de trabalho dignas e justas.
Muito além do que se pensa, esse conjunto de ações representa uma mudança de mentalidade, que desafia diariamente o modelo tradicional de fazer negócios, transformando paradigmas, exigindo mais responsabilidade e transparência das organizações e integrando as metas financeiras aos valores éticos e de respeito com a população e o meio ambiente. Mas afinal, por que estamos falando disso agora?
Esse assunto tende a reformular o conceito de sucesso e regeneração no ambiente corporativo e no ecossistema como um todo.
O artigo 3º da Constituição Federal do Brasil estabelece que são objetivos fundamentais para a organização social construir uma sociedade livre, justa e solidária, garantindo o desenvolvimento nacional, erradicando a pobreza e reduzindo os preconceitos e as desigualdades sociais e regionais. Diante disso, um aspecto indispensável desse movimento é como as empresas têm papel fundamental que influenciam diretamente em fatores que podem colaborar para que os direitos humanos sejam respeitados em todas as esferas.
A integração dos princípios ESG no modelo de negócios das empresas concedeu a elas poder econômico e político para que sejam responsáveis pelas transformações sociais no país. Ainda mais após a criação de iniciativas institucionais, como os Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos adotados pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Pacto Global da ONU, as diretrizes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as Normas ISO (International Organization for Standardization), os Relatórios de Sustentabilidade e a Guia de Due Diligence que estabelecem normas e recomendações para que atuem de forma responsiva, respeitando e promovendo os direitos humanos em suas atividades e cadeias de suprimentos.
À medida que mais empresas aderiram a essas iniciativas, a promoção dos direitos humanos tornou-se parte central das operações empresariais globais, contribuindo para um mundo mais justo e equitativo, evitando notificações e multas por parte dos órgãos reguladores.
No Brasil, a pesquisa Panorama ESG de 2023 mostra que 59% das empresas que inovam em ESG estão em crescimento. Outro dado importante é que, de acordo com as informações da pesquisa Avanços e Desafios: A Maturidade ESG nas Empresas Brasileiras 2024, 51% das empresas brasileiras têm estratégia de sustentabilidade. O número representa um crescimento de 14 pontos em relação a 2021.
Apesar de todos esses avanços,ainda há um longo caminho para que o setor empresarial reconheça a importância de sua contribuição para a efetivação dos direitos humanos, da democracia e do desenvolvimento do país. É o que aponta artigo publicado pelo Le Monde Diplomatique Brasil.
O texto ressalta ainda que em 11 de novembro de 2023, foi instituído o Grupo de Trabalho Interministerial para a elaboração de proposta da Política Nacional de Direitos Humanos e Empresas, por meio do Decreto nº 11.772. O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) vem coordenando o mencionado Grupo de Trabalho, e realizou, no primeiro semestre de 2024, rodada para a coleta de contribuições da sociedade civil e entes empresariais, sob o tema marcos regulatórios nacionais e internacionais sobre Direitos Humanos e Empresas.
O artigo reitera que ainda assim, o progresso não pode estar desassociado da proteção aos direitos humanos. Embora os desafios de incorporar essas ações sejam significativos, partindo do ponto cultural, de um país desenvolvido sob a lógica do trabalho e mão de obra escrava, as empresas precisam aprimorar de fato o seu entendimento sobre o conceito dos direitos humanos e o impacto que isso reflete na sociedade, seja de maneira direta ou indireta por meio de atuação de terceiros.
Para isso, o Fundo Brasil de Direitos Humanos além de apoiar causas fundamentais para promover os direitos humanos no país, atua em parceria para ajuda as empresas na aplicação de estratégias para atingir os objetivos ambientais, sociais e de governança (ESG), além de contribuir com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Acesse o site da fundação e saiba como fortalecer e ampliar as estratégias de responsabilidade social da sua empresa.