Muitas meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade são seduzidas por promessas de uma vida melhor com ofertas de empregos como modelos, garçonetes, empregadas domésticas e dançarinas. Por trás das falsas propostas podem estar a exploração sexual e a violência.
O Brasil ocupa o primeiro lugar da América Latina em exploração sexual de crianças e adolescentes e o segundo lugar no mundo em tráfico de pessoas. De acordo com a Camtra (Casa da Mulher Trabalhadora), do Rio de Janeiro, a maioria das redes de exploração atua perto das comunidades onde já ocorrem violações de direitos humanos por causa da pobreza, do racismo e do machismo.
A organização realizou com apoio do Fundo Brasil a campanha “Vaza malandragem. Do meu corpo e dos meus sonhos, cuido eu! Não à exploração sexual de meninas e mulheres”. A campanha foi um dos oito projetos apoiados por meio do edital Enfrentamento ao tráfico de pessoas, de 2015.
A mobilização incluiu a distribuição de uma cartilha com orientações; realização de seminário de formação de multiplicadoras; disseminação da campanha em aulas públicas, rodas de conversa, seminários, conferências e eventos como a Marcha das Mulheres Negras; instalação de Barraca de Direitos no Centro Comercial da Saara, na região central do Rio, e no Parque Madureira, zona norte do Rio; distribuição de folders; participações em articulações políticas e atos públicos organizados por movimentos feministas e de mulheres.
O tráfico humano é, segundo a Camtra, a terceira maior atividade comercial ilícita do mundo – perde apenas para o tráfico de drogas e para o tráfico de armas. No Brasil, situações de vulnerabilidade envolvem meninas e mulheres por causa de questões como a condição econômica precária, baixa escolaridade, pouco acesso à informação e conhecimento dos direitos e dificuldade de inserção no mercado de trabalho.
A cartilha lançada pela organização procura alertar e informar sobre violência contra as mulheres, violência contra crianças e adolescentes, racismo, feminicídio, entre outras violações. Busca também estimular a construção de estratégias de atuação, redes de enfrentamento e formação de multiplicadoras.
Veja algumas dicas:
– Duvide de propostas de trabalho fácil e lucrativo.
– Em caso de viagens, leve endereços e telefones de Ongs, consulados e autoridades da região para onde vai.
– Disque 100 para atendimento a crianças e adolescentes exploradas e 180 para atendimento a mulheres.
Outros projetos
Além da Camtra, os projetos que receberam apoio por meio do edital Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas foram os seguintes: Centro de Referência Integral de Adolescentes (CRIA), da Bahia; Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán (CDVDH/CB), no Maranhão; Centro de Apoio e Pastoral do Migrante (CAMI), de São Paulo; Pastoral da Mobilidade Humana (PMH)/ Diocese Santa Cruz de Corumbá, no Mato Grosso do Sul; Grupo Guaribas de Livre Orientação Sexual (GGLOS LGTB), no Piauí; Associação de Prostituição de Minas Gerais (Aprosmig), em Minas Gerais; União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (UMIAB), na Amazônia.
Conheça aqui todos os projetos do edital específico.
Fundo Brasil
O Fundo Brasil é uma fundação independente, sem fins lucrativos, que tem a proposta inovadora de construir mecanismos sustentáveis para destinar recursos a defensores e defensoras de direitos humanos em todas as regiões do pais.
A fundação atua como uma ponte, um elo de ligação entre organizações locais e potenciais doadores de recursos.
Em quase dez anos de atuação, a fundação já destinou R$ 12 milhões a cerca de 300 projetos em todas as regiões do país. Além da doação de recursos, os projetos selecionados são apoiados por meio de atividades de formação e visitas de monitoramento que fortalecem as organizações de direitos humanos.
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