Um dos cineastas mais profícuos da nova geração, Kiko Goifman, participou do lançamento do edital 2008 do Fundo Brasil de Direitos Humanos com a apresentação de alguns dos seus principais trabalhos relacionados à temática dos Direitos Humanos – questão que tem abordado em seus últimos trabalhos – e um debate sobre o tratamento do tema no cinema nacional.
Os trabalhos que Goifman apresentou no evento – o documentário Tereza, que aborda os aspectos do cotidiano no sistema prisional, o CD-ROM Valetes em Slow Motion, sobre o mesmo tema, o curta Aurora, sobre velhas prostitutas do centro de São Paulo e um trailer sobre seu mais novo longa, Atos dos Homens, que trata da chacina na Baixada Fluminense em 2005 – tiveram uma boa ressonância entre os representantes das organizações de Direitos Humanos presentes, já que a violência institucional é um dos problemas mais complexos e recorrentes no âmbito das violações de Direitos Humanos.
Segundo Goifman, tratar a questão na perspectiva do documentarista acaba surtindo um impacto grande em termos de denúncia e visibilização da problemática, já que o processo de apuração e o grau de aprofundamento são bem distintos do noticiário diário da grande mídia. Apesar da distribuição e veiculação muitas vezes restrita de filmes e documentários desta natureza, a produção cinematográfica acaba se constituindo num documento de impacto e geralmente perene, afirmou o cineasta.