O Comitê Cearense pela Desmilitarização da Polícia e da Política realiza nesta segunda-feira (27), às 18h, no Porto Iracema, em Fortaleza (CE), o 2º Encontro “Elemento Suspeito: Controle Social e Racismo”, com a participação de representantes de movimentos sociais e dos segmentos de jovens mais atingidos pelo militarismo da segurança pública. O debate será em torno do racismo institucional e é aberto a todas as pessoas que lutam pelo fim do extermínio nas periferias.
O encontro faz parte do projeto “Polícia para quem? Desmilitarização da segurança pública frente ao extermínio da juventude pobre e negra”, apoiado pelo Fundo Brasil por meio do edital específico “Juntos/as contra a violência que mata a juventude brasileira”.
Na análise do comitê, a violência letal das forças de segurança não é um problema localizado e sim uma política de Estado que tem o apoio de grande parte da população e envolve a política proibicionista em relação às drogas, a mercantilização da violência em programas policialescos, formação policial violenta, crescimento da chamada “bancada da bala”, recrudescimento penal e policial e ausência de controle externos dos órgãos de segurança pública.
O debate desta segunda-feira é uma das atividades do projeto apoiado pelo Fundo Brasil. Outras ações são a realização de ciclo de oficinas sobre desmilitarização e segurança pública em comunidades, bairros e praças; seminário; elaboração do dossiê “Segurança Pública não é guerra, o Povo não é inimigo”; elaboração e divulgação de cartilha; realização de audiência púlbica; articulação com movimentos de juventude; eventos culturais.
O Comitê Cearense pela Desmilitarização da Polícia e da Política é um coletivo de militantes sociais inseridos em diversos contextos de violações de direitos humanos, incluindo jovens moradores das periferias de Fortaleza e guardas municipais e policiais contrários ao militarismo da corporação.
O grupo já foi apoiado pelo Fundo Brasil em 2014, por meio de edital anual, com o projeto “Desmilitarização da polícia e da política: segurança pública não é guerra; o povo não é inimigo”, que teve como resultado a consolidação do comitê como organização aglutinadora de coletivos e movimentos que debatem e atuam na segurança pública.
Esse primeiro projeto possibilitou a realização de atividades de comunicação e produção crítica de informação; debates, publicações; atividades nas escolas; articulação de políticas públicas e acompanhamento de casos.
Um dos destaques foi o lançamento da Cartilha pela Desmiitarização da Polícia e da Política, material de intervenção distribuído em todas as atividades do comitê.
Fundo Brasil
O Fundo Brasil é uma fundação independente, sem fins lucrativos, que tem a proposta inovadora de construir mecanismos sustentáveis para destinar recursos a defensores e defensoras de direitos humanos em todas as regiões do pais.
A fundação atua como uma ponte, um elo de ligação entre organizações locais e potenciais doadores de recursos.
Em dez anos de atuação, a fundação já destinou R$ 12 milhões a cerca de 300 projetos em todas as regiões do país. Além da doação de recursos, os projetos selecionados são apoiados por meio de atividades de formação e visitas de monitoramento que fortalecem as organizações de direitos humanos.
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