O Comitê Popular da Copa de São Paulo lançou no sábado, dia 11, o livro “Copa pra Quem – A Copa do Mundo FIFA 2014 numa perspectiva abaixo e à esquerda – Dossiê do Comitê Popular da Copa – SP”.
O livro reúne reflexões, questionamentos e informações sobre os impactos do megaevento esportivo. As leis “de exceção”, as remoções de moradores, a dívida pública, a repressão à população de rua e aos trabalhadores ambulantes, o monopólio das empresas patrocinadoras, a exploração sexual, o monopólio das transmissões, a elitização do futebol e a militarização das cidades são temas presentes na publicação.
O Comitê Popular da Copa de São Paulo é apoiado pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos. O lançamento do livro faz parte de projeto aprovado no edital 2014 da fundação, com o objetivo de fortalecer a resistência popular por meio da comunicação.
Criado em 2011, o Comitê Popular da Copa de São Paulo é resultado da III Jornada pela Moradia Digna, evento fruto da parceria de diversos movimentos sociais com o Núcleo de Urbanismo da Defensoria Pública de São Paulo. Surgiu por causa da necessidade de união para discutir os impactos resultantes das intervenções para realização da Copa 2014.
O comitê é um grupo aberto e apartidário de articulação e resistência contra as violações de direitos humanos provocadas pelo megaevento esportivo. Realizou atividades de formação, mobilização e conscientização.
Uma de suas missões é articular em rede as organizações que defendem os direitos à cidade, moradia, direitos sociais, ao trabalho decente, formal e informal.
De acordo com informações do comitê, em São Paulo a Copa do Mundo acelerou um processo de remoções forçadas em diversas regiões, principalmente na região leste (Itaquera), onde foi construída a arena que sediou a abertura e alguns jogos do megaevento esportivo.
As mortes de trabalhadores da construção civil, a perseguição a ambulantes, as denúncias de trabalho escravo e de exploração sexual de mulheres e crianças são outras violações de direitos enfrentadas pelo comitê.