“Nós viemos aqui para contar histórias”, explicou Maria Amália F. Souza, diretora executiva do Fundo Socioambiental Casa, na abertura do encontro “A Copa do Mundo em Meu Lugar”. O evento, realizado de 23 a 25 agosto, em São Paulo, reuniu 14 representantes dos projetos apoiados pela organização e tinha como objetivo inspirar e capacitar as iniciativas para que tornem públicas as histórias de resistência de comunidades atingidas pelas obras para o megaevento esportivo.
Ana Valéria Araújo (na foto acima), coordenadora executiva do Fundo Brasil, esteve presente na abertura do encontro, no dia 23. Contou sobre sua trajetória na luta pelos diretos humanos, sobre a criação do Fundo Brasil e comentou sobre cenários e perspectivas para a sociedade civil organizada. “As pessoas querem e devem poder participar de decisões sobre as cidades e questões socioambientais”, esclareceu. Ainda na perspectiva da importância da participação popular nas decisões, Ana Valéria avaliou a importância da sociedade civil na luta por direitos: “Nós não comunicamos o que fazemos. As pessoas, no geral, não sabem as histórias das nossas lutas. É preciso contar as histórias do passado e as de agora”.
Por fim, explicou sobre o papel do Fundo Brasil na luta pela defesa dos direitos no âmbito das grandes obras para Copa do Mundo de 2014. “Temos que garantir uma Copa do Mundo para todo mundo, lutar por um legado decente. Temos pessoas de diferentes segmentos pensando sobre impactos e, principalmente, soluções”. O Fundo Brasil apoia 11 iniciativas com este foco por meio de seu Edital Específico, lançado em 2012.
Ainda durante o primeiro dia de encontro, Dr. Rubens Harry Born, conselheiro e fundador do Fundo Casa, abordou a importância das boas narrativas e de como situações adversas, inspiram: “As crises e ameaças dão oportunidade de transformar. Precisamos contar as histórias dos vencidos e não dos vencedores. Temos o poder de compartilhar, criar novos laços, redes e reconstruir narrativas”.
Além da capacitação em comunicação, que proporcionou aos participantes o contato com pessoas, obras e referencias que ampliem seus repertórios sobre as diversas possibilidades e linguagens que podem ser usadas para contar histórias, o encontro possibilitou a troca de experiências e o intercâmbio de ideias e conteúdos com foco socioambiental.