Durica Almeida, do Amapá, Marina Kahn e Otávio Valle, ambos de São Paulo, recentemente se encontraram pela primeira vez. Na conversa, descobriram que têm algo em comum: a vontade de construir, no presente, um futuro melhor.
Há uma outra coincidência que os une: são doadoras e doador do Fundo Brasil de Direitos Humanos. Na última semana de outubro, dia 27, uma quinta-feira, o Fundo Brasil realizou o seu Encontro de Doadoras e Doadores. Um evento online, nacional, que teve como objetivo homenagear e agradecer às pessoas que acreditam e apoiam o trabalho da fundação na promoção dos direitos humanos no país.
“A luta por garantia de direitos é desafiadora e só aguenta quem tem objetivos bem definidos e não tem medo das consequências desta luta”, disse a doadora Marina Khan durante o encontro. “O trabalho do Fundo Brasil é prova de que podemos fazer sempre mais, de que podemos nos mover para ajudar quem defende a vida de diferentes formas.”
De forma descontraída e dinâmica, as atividades movimentaram e aproximaram os convidados, mesmo no ambiente virtual. Por meio de atividades que estimularam a concentração e a criatividade, os participantes puderam também refletir sobre como as diferentes formas de colaboração impactam numa sociedade melhor e no mundo que queremos construir no futuro. As atividades foram conduzidas pela Artéria Criatividade.
O Fundo Brasil de Direitos Humanos foi lançado há 15 anos, em um evento que ocorreu na cidade de Salvador, Bahia. Um trabalho que começou pequeno, com um edital de apoio a projetos por ano, cresceu e já apoiou mais de 870 iniciativas. O montante total de doações chega a R$ 32,5 milhões para diferentes causas no campo dos direitos humanos.
Doadores e doadores são parte fundamental desses bons resultados.
Durante o encontro, Ana Valéria Araújo, superintendente do Fundo Brasil, relembrou com os participantes os caminhos percorridos desde o início da trajetória do Fundo Brasil, os desafios continuamente superados e apontou os próximos passos do trabalho.
“É uma alegria muito grande poder estar aqui, olhar para trás e contar para vocês o quanto o Fundo avançou, cresceu”, disse Ana Valéria. “A gente, que começou pequeno, sem recursos, com um único edital, só neste ano de 2021 apoia 117 projetos, em vários editais diferentes, e estamos conseguindo, cada vez mais, ampliar isso. O Fundo Brasil não caminha sem vocês. Por isso, a gente compartilha com todas e todos a alegria desses 15 anos, porque vocês são importantes para todos os resultados alcançados”, celebrou a superintendente.
Dinâmicas e interação
Logo na abertura do encontro, dinâmicas de ritmos, apresentações em salas entre pares e trios estimulou a troca sobre os motivos que levam cada um a colaborar com o Fundo Brasil, os desafios superados individualmente e os sonhos a serem realizados.
Em uma das salas estava Valéria Duarte, colaboradora de Taubaté/SP. Sua conquista foi virar escritora em meio à pandemia. A professora aposentada tem o sonho de que no futuro, as pessoas tenham mais empatia.
“Eu quero muito que as pessoas se olhem com mais amor, que elas consigam enxergar o outro. Porque assim, a gente respeita a religião, a etnia, a classe social e consegue viver num mundo melhor. Por isso, eu colaboro com o Fundo Brasil, porque acredito no trabalho de empatia que vocês fazem”, disse a professora.
Criatividade coletiva
Após a troca de experiência e apresentações, as atividades preparam os participantes para a surpresa da noite. Em uma ação colaborativa, divididos em grupos, eles elaboraram poesias e frases sobre o mundo que desejam para todas e todos.
Em conjunto, as convidadas e os convidados criaram citações. Quando o objetivo da ação foi revelado, os participantes escolheram uma frase que melhor representaria o que, em coletivo, os doadores e doadoras trabalham para construir.
O que o público não esperava é que esta criação coletiva será projetada nas paredes e espaços urbanos da cidade de São Paulo, como parte das ações de celebração dos 15 anos do Fundo Brasil. A frase criada coletivamente levará, nas projeções, a assinatura “Doadoras/es do Fundo Brasil”.
Outras frases integrarão as projeções. Elas foram criadas por grupos, coletivos e ativistas de direitos humanos, e selecionadas por meio do concurso de frases Eu Sou Você: Direitos Humanos para todas e todos.
Como uma roda de samba num domingo
“Por um mundo aberto a todes, leve como uma roda de samba num domingo” foi a frase mais votada dentre as opções criadas no encontro de Doadoras e Doadores.
As outras 14 contribuições virão de grupos, coletivos e ativistas que são ou já foram apoiadas pelo Fundo Brasil.
As atividades comemorativas relacionadas aos 15 anos de fundação vão até dezembro e têm como finalidade mostrar a necessidade de conscientizar a sociedade sobre a importância de um esforço coletivo para promover os direitos humanos e, desta forma, proteger e ampliar a própria democracia.