O ato de contar histórias é um poderoso instrumento de conexão emocional, capaz de despertar o sentimento de comunidade. Pela narração de uma experiência vivida é possível criar imagens e transportar uma pessoa para qualquer contexto social e de vida.
Exercitar a contação de boas histórias reais e praticar escuta ativa foram os objetivos de mais um Encontro de Doadoras e de Doadores do Fundo Brasil de Direitos Humanos, que aconteceu na noite da última terça-feira, 2 de agosto.
Em formato online e para apoiadores de todo Brasil, o evento conduzido pela Arteria Criatividade foi preenchido por atividades e dinâmicas, que levaram os participantes a explorarem a potência de histórias contadas individualmente e coletivamente, na busca por novas narrações e caminhos de futuros possíveis.
A equipe do Fundo Brasil prepara esse encontro anual para homenagear e agradecer às pessoas que acreditam e apoiam o trabalho da fundação na promoção de direitos humanos no país.
O que te move a lutar pelos direitos humanos
Na primeira interação, em grupos de até 5 pessoas, as doadoras e os doadores fortaleceram as primeiras conexões ao contar sobre as principais motivações para apoiarem diferentes causas de direitos humanos. Além disso, o desafio também era produzir algum gesto que melhor representasse sua relação com o Fundo Brasil.
“Eu colaboro com os direitos humanos por acreditar que tem muita gente tentando mudar a realidade que estamos vendo hoje. Vejo o trabalho que o Fundo Brasil desenvolve com esses grupos e o quanto é importante eles terem apoio para seguir suas lutas. Por isso, eu colaboro”, afirmou Marie Claire Ribeiro, de Londrina Paraná, que finalizou sua apresentação desenhando um coração no ar.
Gabriél Barboza, de 20 anos, mora em São Paulo. Ele fez sua primeira contribuição ao Fundo Brasil há poucos meses e não pretende parar tão cedo. “A gente está muito impressionado negativamente com a situação que está o nosso Brasil. As causas que o Fundo Brasil defende são fundamentais para mudar tudo isso. Os direitos humanos estão sendo mais atacados do que nunca. Por isso, eu sei que meu apoio não pode parar”, disse o jovem que se despediu com o gesto de um abraço.
Na segunda parte das dinâmicas, em grupos de três pessoas, os participantes precisavam contar um fato marcante de suas vidas usando poucas palavras, seguindo a sequência da frase “Eu posso te falar sobre…”.
Rosa Maria, de Nazaré Paulista, é doadora do Fundo Brasil desde 2021. O relato que ela trouxe na noite do encontro envolve a agitação, tranquilidade e amor pela natureza.
“Eu posso te contar sobre os motivos para dividir a vida entre as maravilhas de viver na cidade e no campo. No meu coração cabem os dois”, disse a apoiadora.
Conte uma história
Na parte final do evento, quatro participantes voluntários se candidataram para contar histórias marcantes de suas trajetórias. Contações que deveriam ser interrompidas e completadas a cada momento da dinâmica. A regra era: quando um dos voluntários abre a câmera, o outro para de falar e passa vez. A dinâmica terminaria após o tempo cronometrado.
Seguindo os mesmos objetivos, integrantes da equipe do Fundo Brasil também contaram história reais a partir de relatos emocionantes, em primeira pessoa, de organizações e ativistas que tiveram a jornada transformada com o apoio do Fundo Brasil. O objetivo era mostrar aos colaboradores o impacto que as doações têm na construção de boas histórias e de um país melhor.
“Acompanhando todas essas histórias, ouvindo esses relatos, a gente percebe o quanto os grupos que são apoiados recebem a chance de levar o movimento mais à frente. A gente vê que o trabalho ganha outras proporções e vai além, ajudando uma organização, uma comunidade, um bairro e se torna gigante”, descreveu Sidcley Silva de Lyra, doador do Rio de Janeiro.
No contexto de apresentar boas histórias construídas ao longo da vida, Allyne Andrade, superintendente adjunta do Fundo Brasil, contou aos participantes sobre os primeiros laços criados com a fundação, ainda quando era uma jovem estudante ativista.
“A minha trajetória e construção enquanto pessoa se deu através dos movimentos sociais. Eu fui parte desses movimentos sociais e, eu mesma fiz parte de um projeto apoiado pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos”, relembrou. “Hoje, a gente acompanha e vê essa lua dos grupos mais de perto. Mas, desde nova, sou prova do impacto desse trabalho do Fundo Brasil na vida das pessoas. Isso mostra o quanto o recurso de vocês permite que organizações e ativistas possam avançar em suas lutas e o quanto isso pode mudar o futuro. Por isso, nós agradecemos a todas e a todos que nos apoiam nesse trabalho”, finalizou Allyne Andrade.