O Fundo Brasil de Direitos Humanos divulga nesta terça-feira, 20 de junho, o resultado da seleção de projetos no edital Mobilização em Defesa dos Espaços Cívicos e da Democracia.
A lista tem 25 organizações e coletivos de 16 estados brasileiros, das cinco regiões. O total em doações é de R$ 1,5 milhão, distribuídos em doações de até R$ 60 mil para cada grupo selecionado, para projetos com duração de até um ano.
Os projetos selecionados receberão e-mails da equipe do Fundo Brasil.
Veja a lista:
Organização | Estado | Região |
Grupo de Mulheres Negras Malungas | GO | Centro-Oeste |
Pretas de Angola | GO | Centro-Oeste |
Associação Indígena Ahukugi – AIAHU | MT | Centro-Oeste |
Associação Baiana de Travestis, Transexuais e Transgêneros em Ação – Atração | BA | Nordeste |
Frente Estadual pelo Desencarceramento da Bahia | BA | Nordeste |
Coletivo de Mulheres Indígenas Povo Memortumré Canela | MA | Nordeste |
Associação das Prostitutas da Paraíba – APROS-PB | PB | Nordeste |
Associação Fórum Suape Espaço Socioambiental | PE | Nordeste |
Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo – GTP+ | PE | Nordeste |
Movimento Fórum de Mulheres de Pernambuco | PE | Nordeste |
Fórum Nacional de Pessoas Travestis e Transexuais Negras e Negros – FONATRANS | PI | Nordeste |
Movimento dos Pescadores e Pescadoras – MPP Piauí | PI | Nordeste |
Movimento de Mulheres Camponesas do Acre | AC | Norte |
Associação Tururukari-Uka dos Índios Kambeba | AM | Norte |
Coletivo de Comunicação Popular Tapajós de Fato | PA | Norte |
Escola de Militância Socioambiental Amazônida – EMSA | PA | Norte |
Centro de Direitos Humanos de Palmas | TO | Norte |
Coletivo de Fortalecimento da População Negra do Sul – ES | ES | Sudeste |
Fórum Social de Manguinhos | RJ | Sudeste |
Quilombo Maria Joaquina | RJ | Sudeste |
Agência Diadorim | SP | Sudeste |
Coletivo Vidas Presas Importam | SP | Sudeste |
Coletiva Nacional Mulheres e Direito à Cidade | RS | Sul |
Rede Emancipa | RS | Sul |
Estrela Guia | SC | Sul |
O edital tem como objetivo apoiar propostas de reconstrução e inovação de espaços de participação e controle social, assim como processos de democratização da sociedade e do Estado brasileiro. Dessa forma, são três os focos prioritários de ações: inovação e reconstrução de experiências de participação popular; enfrentamento ao discurso de ódio, aos temas antidemocráticos e às fake news; e popularização de uma cultura democrática, por meio de formação política de ativistas de movimentos populares para o respeito à diversidade e defesa de direitos de grupos vulneráveis.
“Esse é um edital pensado para este momento que acreditamos ser fundamental que a sociedade civil participe ativamente do fortalecimento da democracia”, disse Allyne Andrade, superintendente adjunta do Fundo Brasil, durante a apresentação dos resultados para o Conselho de Administração da fundação na segunda-feira, 19 de junho.
Entenda o processo de seleção
O edital recebeu 659 propostas. Após triagem inicial, foram encaminhados ao Comitê de Seleção os projetos que atendiam aos critérios do edital (leia aqui).
O Comitê de Seleção foi composto por: José Moroni, filósofo, integrante do colegiado de gestão do Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), membro da Plataforma dos Movimentos Sociais Pela Reforma do Sistema Político; Mônica Oliveira, educadora, comunicadora, ativista da Coalizão Negra Por Direitos e da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco; Sara Pereira, educadora popular e coordenadora da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE) na Amazônia; e Uvanderson Silva, sociólogo, coordenador de programas na Fundação Tide Setubal.
O Comitê de Seleção é independente. Os integrantes analisam as propostas recebidas e elaboram uma lista de recomendações, considerando os critérios do edital, além de aspectos como diversidade regional e temática.
Integrante do Comitê, José Moroni destacou que não foi fácil selecionar apenas 25 propostas entre todas as inscritas. “Eram muitos os projetos com possibilidade de serem apoiados. Para escolher, tivemos de nos ater a alguns critérios. Um deles foi priorizar organizações com pouco acesso a outras fontes de recursos. Outro critério foi valorizar propostas lideradas por grupos e ativistas diretamente afetados pelas violações de direitos que buscam combater com seus projetos”, disse.
Para Moroni, os projetos inscritos no edital mostraram a vitalidade da sociedade civil brasileira. “Uma vitalidade que muitas vezes não tem a devida visibilidade em outros espaços. Esse país tem muita coisa boa acontecendo, muitos coletivos fazendo debates essenciais com um olhar estratégico que mostra que devemos ter esperança de construir um país diferente”, concluiu.