Mulheres negras e LGBTIs de terreiro de Altamira e região, no Pará, farão no dia 20 de novembro um grande encontro para debater enfrentamento ao racismo e à discriminação que atingem as praticantes de religiões de matriz africana. A realização do “Grande Encontro Umbandamazônico de Mulheres Negras e LGBTQs”, organizado pelo Coletivo de Mulheres Negras Maria-Maria (Comunema), é a principal ação prevista no projeto apoiado pelo Fundo Brasil no edital “Enfrentando o racismo a partir da base: mobilização para defesa de direitos”.
O Comunema existe desde 2015. O projeto apoiado pelo Fundo Brasil, com o título “Amazônia, terra de encantos e magia”, nasceu para consolidar as ações do Núcleo de Mulheres Negras Umbandistas e de Linha Cruzada, criado no interior do coletivo em 2017.
O “Grande Encontro Umbandamazônico” tem expectativa de reunir 70 mulheres. Terá atividades de conscientização sobre violência contra mulheres negras e de terreiro e debates de propostas políticas para melhorar a vida desta parcela da população. “Na nossa região, será o primeiro encontro de mulheres negras de terreiro com essa amplitude”, disse Mônica Brito Soares, coordenadora geral do Comunema.
Segundo Mônica, as religiosidades de matriz africana são pouco visibilizadas na região de Altamira, onde a maioria da população de declara evangélica ou católica.
“Por isso o projeto está sendo positivo demais. Aprendemos a dialogar com mais terreiros, preparamos um grupo de mobilizadoras, visitamos comunidades que, de outra forma, não participariam de uma articulação desse tipo, por falta de informação e de recursos. Em várias localidades nós vimos mais pessoas se identificando como de terreiro. Hoje, a sensação que temos de coletividade é muito maior”, disse.