Em um momento histórico em que os jovens assumem o protagonismo em várias lutas em defesa de direitos, o Fundo Brasil de Direitos Humanos vai doar R$ 560 mil a 15 projetos que tenham como foco a juventude no enfrentamento à violência, principalmente a juventude negra. Cada organização selecionada receberá uma doação de até R$ 40 mil para o período máximo de um ano. Os projetos foram selecionados por meio do edital “Juntos/as contra a violência que mata a juventude brasileira”.
Serão apoiados projetos de dez estados brasileiros. A diversidade regional foi um dos critérios adotados na seleção. Os projetos chegaram de todas as regiões do país e passaram por um amplo e rigoroso processo, que incluiu comitê formado por especialistas sem qualquer laço com a fundação.
O comitê de seleção foi formado pela advogada Valdênia Paulino, do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Sapopemba, em São Paulo; pelo jornalista Itamar Silva, do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), no Rio de Janeiro; e pelo economista José Carlos Zanetti, da Cese, na Bahia.
Também foram critérios considerados importantes para a seleção a adequação ao foco do edital; o impacto social; o potencial efeito multiplicador; a criatividade; o caráter inovador; a consistência da proposta; a conexão com redes, fóruns, articulações locais, regionais ou nacionais; a existência de vínculos com as comunidades e a capacidade para desenvolver o projeto, entre outros.
Duas organizações da Bahia terão projetos apoiados por meio do edital. Uma delas é a Revista Afirmativa, com o projeto “A juventude comunica pelo direito à vida!”. A outra organização baiana é o Odara Instituto da Mulher Negra, com o projeto “Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar”.
O Ceará também terá dois projetos apoiados pelo Fundo Brasil. Um deles, apresentado pela Comissão Nacional de Juventude Indígena, é o “Na defesa do direito à vida e contra a violência sofrida pela juventude indígena do Ceará”. O outro, do Comitê Cearense pela Desmilitarização da Polícia e da Política, é o “Polícia para quem? Desmilitarização da segurança pública frente ao extermínio da juventude pobre e negra”.
Do Mato Grosso do Sul serão apoiados os projetos “O despertar da juventude indígena para seus direitos”, do Núcleo de Assessoria Jurídica Popular – Najup; e “Na trilha da esperança”, do CDDH Marçal de Souza Tupã-I.
O Rio de Janeiro também tem dois projetos apoiados: o “Adole(Sendo): pesquisa e intervenção com adolescentes petropolitanos cumprindo medidas socioeducativas”, do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis; e o “Jovens LGBT na luta pelo direito de existir”, do Grupo Conexão G de Cidadania para Moradores de Favelas.
Os dois projetos de São Paulo que serão apoiados são o “RAProativo: juventude em resistência”, do RAProativo; e o “Hip Hop Brasil: velha escola e nova geração juntas contra a violência”, do Movimento Hip Hop Organizado (MH20) e Turma São Bento.
Também receberão apoio do Fundo Brasil o Instituto Universidade Popular (Unipop), do Pará, com o projeto “Agência jovem de notícias Jovens Comunicador@s da Amazônia”; o Centro de Defesa e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán, do Maranhão, com o projeto “Juventude livre para transformar”; a Comunidade de Oju Ifá, de Sergipe, com o projeto “Xangô menino: casos de violência à juventude negra”; o Grupo Ousadia Juvenil, do Rio Grande do Norte, com o projeto “Transformando realidades”; e o Levante Popular da Juventude, do Rio Grande do Sul, com o projeto “Rede de Enfrentamento ao Extermínio da Juventude”.
Fundo Brasil
O Fundo Brasil trabalha para promover os direitos humanos e sensibilizar a sociedade para que apoie iniciativas capazes de gerar novos caminhos e mudanças significativas para o país.
A fundação disponibiliza recursos para o apoio institucional e para atividades de organizações da sociedade civil e de defensores de direitos humanos em todo o território nacional.
Em quase dez anos de atuação, já destinou R$ 11,7 milhões a cerca de 300 projetos em todas as regiões do país.
Além da doação de recursos, os projetos selecionados são apoiados por meio de atividades de formação e visitas de monitoramento.
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