Maíra Junqueira, coordenadora executiva adjunta e coordenadora de relacionamento com a sociedade do Fundo Brasil de Direitos Humanos, participa nesta segunda-feira (31/10), em Mariana (MG), do “Seminário Rio de Gente – Os Desafios para a Recuperação do Rio Doce”, realizado pelo Greenpeace e pelo projeto Rio de Gente, com apoio da Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP.
O seminário, realizado nos dias 31/10 e 1/11, vai reunir pesquisadores independentes para apresentar estudos e discutir a recuperação do Rio Doce, poluído após o rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco. O evento é promovido um ano após o maior desastre ambiental do Brasil. É aberto a todos e tem inscrição gratuita.
Os participantes vão abordar o impacto do desastre na água, fauna e flora; os impactos sociais e os direitos dos atingidos. Veja aqui a programação completa.
A participação de Maíra Junqueira será na mesa “Direitos das populações afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão: Povo Krenak”. Além dela, a mesa terá os debatedores Juana Kweitel, da Conectas Direitos Humanos; e Shirley Krenak, liderança do povo Krenak. A apresentação será de Letícia Aleixo, da Universidade Federal de Minas Gerais.
O rompimento da barragem de Fundão, no dia 5 de novembro de 2015, deixou um rastro de destruição nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Quarenta bilhões de litros de lama mataram 19 pessoas e se espalharam por 650 km. O Rio Doce foi poluído, vilarejos desapareceram e dezenas de famílias perderam as casas e as memórias de vidas inteiras.
A população indígena Krenak foi fortemente atingida pela poluição do Rio Doce, fonte de seu sustento. Parte das águas contaminadas pelos rejeitos da Samarco atravessa a reserva da tribo. A água é considerada sagrada pelos índios e utilizada para consumo, banho e limpeza.
“A Samarco leva água à aldeia, mas criou o problema da poeira por causa dos caminhões e muito lixo das garrafas de água, coisas que não tinham lá”, disse o indígena Geovani Krenak em reportagem publicada no site do MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens. Para ele, falta diálogo entre a empresa e os atingidos pelo desastre ambiental.
Apoio
O Fundo Brasil apoia a campanha “Água vale mais”, realizada pelo MovSAM – Movimento pelas Serras e Águas de Minas, que defende a água como direito humano essencial à vida, em contraponto à destruição dos aquíferos pelas mineradoras no Quadrilátero Aquífero/Ferrífero de Minas Gerais.
Em junho deste ano, uma equipe da fundação visitou a região de Mariana e viu de perto os impactos da mineração na vida da população. A visita fez parte das atividades de monitoramento do Fundo Brasil.
Veja as matérias produzidas sobre o tema:
Antes da tragédia, grupo já alertava para impactos da mineração
Em Minas, MovSAM promove a campanha “Água Vale Mais”
Casal resiste ao avanço da mineração em sítio de Brumadinho
Ex-morador de Bento Rodrigues pergunta: “Cadê a minha história”?