O Podáali – Fundo Indígena da Amazônia Brasileira anunciou na sexta-feira, 28 de abril, o resultado de seu primeiro edital para apoio a projetos voltados à luta pelos direitos dos povos originários. O edital Amazônia Indígena Resiste vai apoiar 32 iniciativas e doar um total de R$ 1,6 milhão.
Os projetos apoiados são de todos os nove estados da Amazônia Brasileira. Conheça a lista completa de organizações indígenas apoiadas no site do Fundo Podáali.
O Fundo Brasil de Direitos Humanos integrou o grupo de trabalho do edital, participando dos diálogos para a construção da chamada, texto e formulário de inscrições, apoiando também o processo de seleção dos pareceristas e análise dos pareceres sobre as propostas inscritas. Do grupo de trabalho também participaram a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) e a equipe do Podáali: as diretoras Valéria Paye e Rose Apurinã, a técnica de projetos Rafaela Zincone, e o assessor Aurélio Vianna.
Desde 2021, o Fundo Brasil apoia o fortalecimento institucional do Podáali, a convite do próprio fundo indígena, primeiro do país criado e dirigido por povos indígenas. Esse apoio se dá por meio de colaboração para a construção de documentos e processos, de compartilhamento de aprendizados sobre gestão de projetos e editais e sobre comunicação. Com essa parceria, o Fundo Brasil contribui para fortalecer a agenda política indígena e para a luta pelos direitos socioambientais na Amazônia.
Anúncio. O anúncio do resultado do edital aconteceu durante o 19° Acampamento Terra Livre, mobilização indígena que reuniu cerca de 6 mil indígenas de 200 povos na Praça da Cidadania, em Brasília, para lutar pela demarcação de terras e efetivação dos direitos indígenas que integram a Constituição de 1988. O tema do ATL 2023 foi “Sem demarcação não há democracia!”.
Nos cinco dias de mobilização em Brasília foram realizadas plenárias sobre pautas da APIB e de suas sete coordenações regionais (Coiab, Apoinme, Conselho Terena, Aty Guasu, Comissão Guarani Yvyrupa, ArpinSudeste e ArpinSul) e três marchas pela Esplanada dos Ministérios. Ao final do ATL foram assinados os decretos de homologação de seis Terras Indígenas (TI), sendo elas: TI Arara do Rio Amônia (AC), TI Tremembé da Barra do Mundaú (CE); TI Rio dos Índios (RS); TI Avá-Canoeiro (GO); TI Kariri-Xocó (AL) e TI Uneiuxi (AM). As demarcações voltaram para a agenda do governo depois de cinco anos.
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) anunciou durante o 19º Acampamento Terra Livre, uma nova mobilização nacional, de 5 a 9 de junho, em Brasília, contra o Marco Temporal – cuja retomada do julgamento está prevista para o dia 7 de junho.