Desde 2009 a Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale reúne um grande grupo de organizações, movimentos sociais e sindicais do Brasil, Argentina, Chile, Peru, Canadá e Moçambique que atuam para fortalecer as comunidades e promover estratégias de enfrentamento aos impactos socioambientais da mineração, principalmente vinculados à empresa Vale S. A.
Considerada um dos principais motores da economia mundial, a mineração está associada em vários países a casos de expropriação de territórios das populações nativas, desagregação de comunidades, poluição e contaminação de rios e territórios, exploração de trabalhadores e criminalização de grupos que enfrentam as grandes corporações.
A organização foi apoiada pelo Fundo Brasil em 2014, por meio do projeto “Defesa dos direitos socioambientais frente à mineração no Brasil e no mundo – apoio à resistência das comunidades atingidas pela Vale”, com o objetivo de fortalecer e ampliar a articulação das comunidades e organizações diante das violações de direitos humanos das indústrias do setor da mineração.
Entre os resultados está a realização do V Encontro Internacional dos Atingidos pela Vale S.A., realizado nos dias 13, 14 e 15 de agosto de 2015, em Mariana (MG). Também foram realizadas caravanas prévias ao encontro nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais (Caravana Sul) e sul do Pará (Caravana Norte).
A Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale foi criada no Fórum Social Mundial realizado em Belém (PA) a partir da necessidade de garantir mais consistência às resistências locais em territórios atingidos pela mineração.
A comunicação constante dos ativistas articulados por meio da organização possibilitou, ao longo do tempo, a reunião de várias comunidades e redes de diversos países que oferecem informações para a produção de documentos de pesquisas e denúncias de violações.
Essa atuação articulada já possibilitou, por exemplo, a produção do Dossiê dos Impactos e Violações da Vale no Mundo, com denúncias relacionados a empreendimentos em oito países e seis estados brasileiros. O dossiê foi lançado em 2012.
O direito a cidades justas e sustentáveis e os direitos dos povos tradicionais são temáticas apoiadas pelo Fundo Brasil, fundação independente, sem fins lucrativos, que tem a proposta inovadora de construir mecanismos sustentáveis para destinar recursos a defensores e defensoras de direitos humanos em todas as regiões do pais. A fundação atua como uma ponte, um elo de ligação entre organizações locais e potenciais doadores de recursos.
Mariana
Também relacionado à mineração, o projeto “Água vale mais do que minério no Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais” é apoiado pelo Fundo Brasil e desenvolvido pelo MovSAM (Movimento pelas Serras e Águas de Minas).
O movimento foi criado em 2008 por pessoas e organizações que já atuavam no enfrentamento à mineração. O início da campanha coincidiu com a tragédia humana e ambiental causada pelo rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, em Mariana.
No final de 2015, o MovSAM ocupou as redes sociais com o questionamento “Vale a pena minerar”?, baseado no tsunami de lama e detritos que causou a morte de 19 pessoas e um rastro de destruição que chegou a 600 quilômetros de distância após o rompimento da barragem.
O MovSAM trabalha para divulgar a causa que defende, acompanha de perto as lutas de moradores da região e dá visibilidade aos problemas e conquistas relacionados ao assunto.
Reveja duas histórias acompanhadas pelo MovSAM:
Ex-morador de Bento Rodrigues pergunta: “Cadê a minha história?”
Casal resiste ao avanço da mineração em sítio de Brumadinho
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