Aos 19 anos, Icaro Jorge cursa Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades, é mobilizador social, militante da causa racial e empreendedor em Salvador (BA). É também blogueiro, youtuber, articulador e colunista do Portal Soteropreta. Junto com a mãe, produz e vende pães recheados. Criou a Ocupa Preto, entidade conciliadora de histórias e emoções. Constrói pontes entre vivências e gera debates sobre o enfrentamento ao racismo e as opressões.
Carioca radicada na Bahia, Izzadora Sá, 20 anos, se define como mulher, preta e sapatão. Estuda produção cultural na Universidade Federal da Bahia e enxerga o audiovisual como instrumento político e de luta. Para ela, o audiovisual tem um papel fundamental na sociedade.
Técnico em análises clínicas, Marcelo Ricardo, 25 anos, decidiu seguir outros rumos. Fez cursinho pré-vestibular, entrou no Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades na Universidade Federal da Bahia e agora estuda Comunicação. Poeta, venceu o Prêmio Malê de Literatura em 2016. Ainda vê uma grande distância entre a comunicação e as questões raciais.
Os três jovens foram selecionados na categoria vídeo do I Prêmio de Jornalismo Afirmativa e, nos próximos meses, vão produzir uma série de vídeos-reportagens sobre as diversas formas de violências que os jovens negros enfrentam no Brasil. Eles vão passar por oficinas de mídia livre, imprensa negra, produção audiovisual e telejornalismo.
O I Prêmio de Jornalismo Afirmativa faz parte do projeto “A juventude comunica pelo direito à vida”, da Revista Afirmativa, coletivo de jovens comunicadores negros que organiza um veículo (impresso e online) de mídia livre e negra e que tem os direitos humanos como principal linha editorial. O projeto é apoiado pelo Fundo Brasil por meio do edital “Juntos contra a violência que mata a juventude brasileira”. Quinze iniciativas em dez estados brasileiros recebem apoio. Conheça aqui todos os projetos.
“Uma nova geração de jovens reivindica sua identidade em diversos espaços de representação e a inquietação para a escrita do roteiro surge na tentativa de captar todos esses processos e principalmente os sujeitos dessa revolução”, diz Izzadora Sá.
Para Icaro Jorge, o prêmio é uma forma de se expressar. “Eu acho que a gente precisa se posicionar nos nossos trabalhos, nos colocar de forma mais incisiva dentro dos projetos”, afirma.
“O cinema, a revista e os jornais estão atrelados à construção do imaginário. Quando me percebo enquanto sujeito negro, escrevendo narrativas negras, percebo que estou dando possibilidade de imaginação, outros olhares, outro viés, outras facetas”, analisa Marcelo Ricardo.
O prêmio tem também uma categoria reportagem, em fase de avaliação pela comissão julgadora. As reportagens abordam casos ou estruturas de violências que atingem a juventude.
Fundo Brasil
O Fundo Brasil é uma fundação independente, sem fins lucrativos, que tem a proposta inovadora de construir mecanismos sustentáveis para destinar recursos a defensores e defensoras de direitos humanos em todas as regiões do pais.
A fundação atua como uma ponte, um elo de ligação entre organizações locais e potenciais doadores de recursos.
Em dez anos de atuação, a fundação já destinou R$ 12 milhões a cerca de 300 projetos em todas as regiões do país. Além da doação de recursos, os projetos selecionados são apoiados por meio de atividades de formação e visitas de monitoramento que fortalecem as organizações de direitos humanos.
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