A Comissão Nacional de Juventude Indígena realiza entre os dias 3 e 5 de fevereiro a I Oficina de Microrregião Metropolitana, que terá o objetivo de mobilizar e capacitar a juventude indígena sobre as violações dos direitos indígenas.
A oficina, que ocorrerá no povo Jenipapo-Kanindé, em Aquiraz (CE), faz parte do projeto “Na Defesa do Direito à Vida e Contra a Violência Sofrida pela Juventude Indígena do Ceará”, realizado com o apoio do Fundo Brasil por meio do edital “Violência contra a Juventude”.
A juventude indígena do Ceará atua ao lado das lideranças tradicionais na defesa de seus territórios e, por causa disso, é alvo de violência e preconceito. Para garantir o direito ao território, os povos indígenas do Ceará promovem ações de retomadas e enfrentam diariamente o atraso e as dificuldades nas demarcações de terras indígenas.
A Comissão Nacional de Juventude Indígena foi criada após o I Seminário Nacional de Juventude Indígena, realizado pela Funai, que contou com a participação de aproximadamente 70 jovens, representando 42 povos indígenas. O seminário foi o resultado de uma série de oficinas e encontros regionais, onde foram levantados os principais problemas e dificuldades enfrentados pelos jovens indígenas, assim como os principais desafios e demandas. Um dos objetivos principais foi qualificar os jovens indígenas participantes para atuarem como “multiplicadores” para divulgar, apoiar e orientar quanto às políticas públicas existentes para a juventude e quanto à formulação de projetos e ações.
Até a década de 1980, o Ceará era dado pelos registros da Funai e por levantamentos de antropólogos e missionários como um dos estados brasileiros em que não existiam mais índios. A população indígena no Ceará foi dada como extinta em 1830, o que viabilizou toda forma de perseguição.
Na década de 1970, a publicação de uma matéria jornalística mostrando os indígenas como fadados ao extermínio no Ceará por falta de atenção dos órgãos públicos motivou uma grande repercussão em torno do assunto e a organização política e social das comunidades.
O Fundo Brasil apoiou também projeto da Acita (Associação das Comunidades dos Índios Tapeba de Caucaia) com o objetivo de criar uma ampla rede de articulação com diversas organizações nacionais e internacionais para responsabilizar o Estado brasileiro pelas violações do direito à terra dos povos Tapeba no Ceará.
Veja a programação da I Oficina de Microrregião Metropolitana da Comissão Nacional de Juventude Indígena:
Sexta-feira, 3 de fevereiro
Chegada e credenciamento
Sábado, 4 de fevereiro
8h – 9h – Mesa de Abertura – Coordenação: Marciane Tapeba
– Parceiros
– Lideranças indígenas da região
– Representante da comissão organizadora: Renato Tupiniquim
9h – 10h – 1° Mesa: Na defesa do Direito à Vida e contra a Violência sofrida pela Juventude indígena do Ceará
Palestrantes: Lucas Guerra, Péricles e representante da juventude
Coordenadora da mesa: comissão organizadora
10h30 – 12h – 2ª Mesa: Conjuntura atual do movimento indígena e seus desafios
Palestrantes: Weibe Tapeba, Rosa Potyguara e Juliana Jenipapo Kaninde
Coordenadora da mesa: Comissão Organizadora
12h – 14h – Almoço
14h – 15h – Apresentação da cartilha Cidadania Indígena Construindo-se na Luta (CDPDH)
15h – 15h20 – Intervalo
15h20 – 16h20 – Grupos de Trabalho – Diagnóstico e enfrentamentos das violações sofridas pela juventude indígena
16h20- 17h – Apresentação dos Grupos de Trabalho
17h – Encerramento
18h -19h – Jantar
19h – Mostra do Filme Índios Cidadãos
Debate
Noite Cultural
Domingo, 5 de fevereiro
8h – 8h30 – Toré
8h30 – 9h30 – 3° Mesa: Juventude Indígena – Violações de seus Direitos.
Palestrantes: Marciane Tapeba, Ezequiel Tremembé e Adelle Azevedo
Coordenador da mesa: comissão organizadora
9h30 -10h – Debate
10h -11h – Escolha dos jovens que irão participar da Oficina Estadual
11h -12h30 – Plenária Final
Fala das instituições parceiras
Avaliação e enceramento