O Fundo Brasil de Direitos Humanos participa de atividades em Baku, capital do Azerbaijão, durante a COP 29, a conferência anual do clima.
No painel “Estresse térmico: protegendo trabalhadores e aumentando a resiliência”, uma atividade promovida pelo Labora – Fundo de Apoio ao Trabalho Digno e parceiros, o diálogo com participações de Solidarity Center, CUT/CONTAG e European Commission destacou o aumento das temperaturas e a precarização da saúde e a vida das pessoas trabalhadoras, bem como o prejuízo para a produtividade das empresas.
“A transição justa é uma pauta que precisa ser discutida com trabalhadores e a partir da perspectiva das pessoas que trabalham”, comentou Ana Valéria Araújo, diretora executiva do Fundo Brasil de Direitos Humanos.
“O que fica desse diálogo é que as alianças transnacionais entre trabalhadores de diversos países fortalece a luta por melhores condições no cenário atual de temperaturas em acelerada elevação”, destacou Amanda Camargo, coordenadora do Labora. “Também é fundamental produzir dados, evidências, e fortalecer sindicatos como interlocutores coletivos para as negociações sobre direitos e proteção social e da saúde no âmbito do trabalho.”
O Labora – Fundo de Apoio ao Trabalho Digno é uma iniciativa de filantropia de justiça social liderada pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos. Tem como objetivo fortalecer a organização autônoma, a voz e o protagonismo das pessoas trabalhadoras nos debates e nos espaços de decisão sobre os desafios contemporâneos, entendendo que a participação de trabalhadoras e trabalhadores é indispensável para a urgente adaptação ao cenário de mudanças climáticas aceleradas, e para uma transição para uma economia de baixo carbono que seja justa e não deixe ninguém para trás.
Soluções climáticas locais
A diretora executiva do Fundo Brasil, Ana Valéria Araújo, participou do painel “Oportunidades e Desafios nas Estruturas Institucionais para o Financiamento Direto de Comunidades Locais e Tradicionais em Negócios de Sociobiodiversidade e Soluções Baseadas na Natureza”, atividade organizada pelo Fundo Brasil em parceria com a Rede Comuá, o Fundo Casa e Elas+ Doar Para Transformar.
Esse painel destacou que as soluções climáticas locais precisam ser pensadas a partir da perspectiva da defesa de direitos humanos. E, a partir dessa perspectiva, o papel fundamental da filantropia local e comunitária para viabilizar e fortalecer soluções climáticas justas e efetivas, criadas com, por e para comunidades locais de forma autônoma e a partir de suas próprias experiências.
Durante a atividade, as lideranças dos fundos locais e dos fundos comunitários pontuaram como o Brasil já conta com uma rede local de organizações filantrópicas que têm profundo conhecimento das necessidades e estratégias dos atores locais da sociedade civil organizada, com experiência e capacidade de fazer os recursos chegarem aos territórios, de forma flexível e com agilidade.
“Não precisamos inventar grandes estruturas. No painel, conseguimos discutir arranjos de filantropia que já existem e têm grande capacidade de fazer os recursos chegarem à ponta, às mãos dos povos e comunidades que estão desenvolvendo caminhos de resiliência climática”, disse Ana Valéria.