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    Notícias Gerais

    Margarida Genevois, a companheira de luta de dom Paulo Evaristo Arns

    Cristina Camargo
    21/12/2016
    8 min
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    Aos 93 anos, Margarida Genevois é um ícone na defesa dos direitos humanos e não pensa em parar (Otavio Valle / Acervo Fundo Brasil)

    No final de setembro deste ano, a socióloga Margarida Genevois encheu uma sacola de frutas e caixinhas de água de coco e foi visitar um velho amigo. Ela faria uma viagem longa e, antes do embarque, quis se despedir do antigo companheiro de luta e resistência.

    “Ele estava sempre sentado na poltrona, comendo lima e tomando água de coco. Achava que era o segredo da saúde. Era o que mais gostava”, lembra.

    O amigo era o cardeal dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, morto no dia 14 de dezembro, aos 95 anos, vítima de problemas pulmonares.

    Na última visita, Margarida encontrou o religioso cansado, sem muita vontade de conversar, mais magro. Depois, acompanhou a evolução dos problemas de saúde dele e percebeu que a morte se aproximava. No dia da partida, ela recebeu a notícia com serenidade. Ao ler os jornais nos dias seguintes, gostou de ver o reconhecimento à atuação do cardeal, expresso em dezenas de artigos em que o religioso foi retratado como ícone dos direitos humanos.

    “Ele tornou-se um símbolo da resistência”, afirma Margarida.

    E é também o que ela é.

    Moça criada na classe média alta e casada com um engenheiro francês que foi diretor da Companhia Rhodia Brasileira, Margarida era muito ligada aos frades dominicanos e, na linha religiosa da Teologia da Libertação, o grupo que frequentava era bastante aberto aos problemas da população excluída.

    “Uma coisa puxa a outra e quando a gente vê está mergulhada até o pescoço”, conta.

    Quando dom Paulo formou a Comissão de Justiça e Paz de São Paulo, em 1972, por determinação estatutária eram necessárias as presenças de um operário e de uma mulher. O operário escolhido foi o metalúrgico Waldemar Rossi. A mulher foi Margarida.

    No início, ela ficava inibida diante de nomes como dom Paulo e os juristas Dalmo Dallari, José Carlos Dias e Mário Simas. Com o tempo, percebeu que conquistara a confiança do cardeal e transformou-se numa militante corajosa.

    “Fui a primeira mulher e durante muito tempo era a única. Os advogados contavam sobre as pessoas que tinham procurado por eles para contar sobre as torturas, os desaparecimentos. Levei um susto, não tinha ideia daquilo. Ninguém sabia. Eu contava e até meu marido, amigos, ninguém acreditava. ‘Isso não é possível. Imagina’, diziam. E era possível”, recorda.

    Além dos brasileiros, após os golpes militares na Argentina (1973) e no Chile (1976), perseguidos políticos dos dois países desembarcavam no Brasil apenas com a roupa do corpo. Procuravam dom Paulo para pedir ajuda e sempre encontravam acolhimento.

    “Houve épocas em que o pátio da Cúria estava cheio de gente”, lembra Margarida.

    O cardeal pediu para que alguém da Comissão de Justiça e Paz ajudasse nesse trabalho. Disponível para isso, Margarida começou o atendimento duas vezes por semana. Depois três. Em seguida todos os dias, de manhã e de tarde. Lá estava ela, mergulhada até o pescoço na resistência às ditaduras militares da América Latina.

    “Os apelos eram muitos. Meu serviço era ouvir, fazer um resumo, depois encaminhar para os advogados da comissão e outros que tinham afinidade e aceitavam defender os perseguidos políticos”, relata.

    A Comissão de Justiça e Paz protegia os perseguidos e seus familiares por meio da esfera jurídica e também oferecia acolhimento nos chamados anos de chumbo. Não era tarefa fácil. Muitos advogados não aceitavam defender presos ou perseguidos políticos. Médicos recusavam atendimentos.

    “Os que aceitavam eram heróis. Arriscavam a vida, as carreiras”, elogia Margarida.

    A socióloga tinha outras missões além de receber os que fugiam da repressão e encaminhá-los. Circulava pela Europa em busca de recursos para a comissão. Fala francês e, com uma carta de apresentação assinada pelo cardeal, encontrava as portas abertas. Os recursos de países como França, Alemanha e Holanda e o trabalho voluntário dos integrantes garantiram o funcionamento da comissão.

    Além disso, a Comissão de Justiça e Paz coordenou estudos sociológicos que resultaram em livros como “São Paulo 1975: crescimento e pobreza”; pesquisas sobre temas como os meninos moradores de rua; jornalismo; direitos humanos e prisões.

    Foi um trabalho diversificado. Foram 25 anos ao lado de dom Paulo, período que incluiu demonstrações de tratamento igualitário que até hoje emocionam Margarida.

    Igualdade

    “Ele sempre tinha a palavra certa para as ocasiões”, diz. “Tratava igual, não fazia diferença. Tinha muita confiança na gente. Em termos de igreja, onde o machismo é total, acho isso maravilhoso”.

    Margarida representou o religioso várias vezes em congressos e seminários. Chegava e era quase um escândalo: Uma mulher representando o cardeal. Onde já se viu isso? Para dom Paulo, era natural.

    Quando a pena de morte a dois presos políticos em Cuba foi divulgada, a socióloga chegou a tomar a iniciativa de divulgar uma carta de repúdio em nome do cardeal. Ele estava fora do Brasil e Margarida avaliou que, apesar da amizade dele com Fidel Castro, precisava se pronunciar em tom de protesto.

    “Mandamos uma nota, protestando contra aquilo, em nome de dom Paulo. Sem dizer a ele nem nada. Me disseram: você é ousada. Mas quando ele voltou, fui lá e disse: Desculpe, mas politicamente era importantíssimo o senhor se manifestar. Ele respondeu: Fez muito bem, eu vi a nota no jornal. Quando achar que é necessário, pode fazer em meu nome”.

    Ativa

    Os últimos anos de dom Paulo foram de reclusão, o que a amiga achava uma pena. “A gente precisa tanto do senhor…”, dizia nas visitas que fazia a cada dois meses.

    Ele acreditava, segundo Margarida, que atrapalharia o atual arcebispo caso se pronunciasse. Afirmava já ter feito o seu papel. Recebia pessoas da igreja, inclusive os quatro bispos que foram seus auxiliares e nunca se afastaram. Mas era uma rotina restrita, escolha que a amiga respeitava, mas não quer para si mesma aos 93 anos.

    “Quero morrer em pé, trabalhando”, diz.

    Ela é presidente do Conselho Deliberativo da Conectas Direitos Humanos. Participa de movimentos de mulheres e é ligada à Secretaria Municipal de Direitos Humanos. Criou a Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos e segue defendendo a formação como a melhor alternativa para construir um mundo melhor.

    “Tem que mudar as pessoas por dentro. Tem que ser uma vivência nas atitudes, nas posições. A educação para direitos humanos começa no berço. Se não muda as pessoas, não vai mudar a sociedade”.

    Margarida é uma das instituidoras do Fundo Brasil, que elogia pelo apoio a projetos de organizações que atuam em todas as regiões do país e que conseguem grandes transformações nas vidas das pessoas.

    “Acho um trabalho lindo”, afirma.

    Um elogio desse é um grande presente nos dez anos da fundação.

     

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