Ao contrário do que diz o refrão do funk famoso, para os direitos humanos a situação não está tranquila nem favorável no Brasil. A forte atuação de forças conservadoras ameaça direitos conquistados nas últimas décadas e cria um cenário de retrocessos.
A atual agenda política conservadora coloca em questão avanços que o país fez a partir da Constituição de 1988, um marco institucional do reordenamento da sociedade após a ditadura militar.
Como exemplos desse retrocesso é possível citar as repressões oficiais a manifestações de jovens estudantes, os assassinatos de jovens e até crianças por forças policiais, os conflitos que ameaçam as conquistas de terras indígenas e a violência contra mulheres e população LGBT.
Nesse contexto, o Fundo Brasil de Direitos Humanos lança a campanha #NãoTáTranquiloNãoTáFavorável, que busca a mobilização da sociedade a favor da luta por direitos e do próprio fortalecimento.
O objetivo é conquistar o apoio da população para causas como o fim da violência praticada contra a juventude negra, o fim da homofobia e do machismo, por exemplo.
Há várias formas de participar da mobilização: enviar selfies ou vídeos; criar hashtags ou utilizar as que estão disponíveis no hotsite; baixar imagens para usar no Facebook ou compartilhar a campanha com amigos por meio das redes sociais.
“Vivemos um momento em que apoiar ideias transformadoras e lideranças coletivas é fundamental. O período é de transição, pautado pelo diálogo entre a geração que conquistou direitos e segue lutando e a geração que quer preservá-los e busca novas conquistas”, afirma Ana Valéria Araújo, coordenadora do Fundo Brasil.
A campanha já conta com a participação de vários ativistas que fazem parte do Conselho Curador do Fundo Brasil, como a atriz Letícia Sabatella, o jornalista Bruno Torturra e Atila Roque, diretor executivo da Anistia Internacional.
Fundo Brasil
O Fundo Brasil é uma fundação independente, sem fins lucrativos, que tem a proposta inovadora de construir mecanismos sustentáveis para destinar recursos a defensores e defensoras de direitos humanos em todas as regiões do pais.
A fundação atua como uma ponte, um elo de ligação entre organizações locais e potenciais doadores de recursos.
Em quase dez anos de atuação, a fundação já destinou R$ 12 milhões a cerca de 300 projetos em todas as regiões do país. Além da doação de recursos, os projetos selecionados são apoiados por meio de atividades de formação e visitas de monitoramento que fortalecem as organizações de direitos humanos.