Com doações que somam R$ 135 mil, o Fundo Brasil de Direitos Humanos está apoiando a participação de nove organizações de povos indígenas no Acampamento Terra Livre de 2025. O ATL ocorre anualmente em Brasília e é a maior mobilização indígena do país.
Neste ano, em sua 21ª edição, o ATL reúne mais de 7 mil indígenas de 150 povos, segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, a APIB, organizadora do Acampamento.
O Fundo Brasil doou recursos para a própria APIB e para grupos das regiões Norte, Nordeste, Centro-oeste e Sudeste. Os recursos são para custeio de despesas como alimentação, infra-estrutura básica e transporte até Brasília, e foram destinados às seguintes organizações:
- Coordenação e Organização Povo Indígena Apyãwa (COPIAP) – MT
- Coordenação das Organizações Indígenas do Povo Javaé da Ilha do Bananal (CONJABA) – TO
- Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme)
- Organização dos Kambebas do Alto Solimões (OKAS) – AM
- Aty Guasu – MT
- Associação Indígena Bom Jardim – AM
- Associação Indígena Burum Ererré – MG
- Organização dos Povos Indígenas do Rio Envira – AC e AM
Nossa equipe está acompanhando o encontro para ouvir as demandas e estratégias de luta dos povos indígenas.
‘Diga ao povo que avance’. O ATL 2025 ocorre de 7 a 11 de abril. Na terça-feira, dia 8, a primeira grande marcha da mobilização se espalhou pelo Eixo Monumental, a avenida mais importante de Brasília, em direção ao Congresso Nacional.
Ao som de música e do chamado coletivo “Diga ao povo que avance! Avançaremos!”, centenas de delegações de povos indígenas carregavam faixas e cartazes que diziam não ao Marco Temporal, reivindicavam demarcação de terras, direito a uma educação indígena autônoma, saúde e fim da violência contra os povos e os territórios indígenas.
Em 2023, foram registradas 276 invasões, exploração ilegal de recursos naturais e danos diversos ao patrimônio em pelo menos 202 territórios indígenas, em 22 estados do Brasil. As informações são do mais recente relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil, publicação anual do Conselho Indigenista Missionário, lançado em julho de 2024.
Os povos indígenas em marcha também pedem acesso aos recursos do financiamento climático. “Para nós, a pauta climática está ligada à garantia dos nossos territórios, essa é a prioridade absoluta”, disse o antropólogo Gersem Baniwa, professor na Universidade de Brasília. Gersem Baniwa integra o Conselho de Administração do Fundo Brasil e, no ATL 2025, organiza a tenda de debates e trabalho do Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (FNEEI).
Uma réplica da estátua da Justiça decorada com indumentária indígena foi um dos principais destaque na marcha.
- Delegação da Apoinme – Foto Mônica Nobrega – Acervo Fundo Brasil
- Povo Xukuru – Foto Mônica Nobrega – Acervo Fundo Brasil
- Mayk Cardoso e Thainá Mamede, do Fundo Brasil – Foto Mônica Nobrega – Acervo Fundo Brasil
- Rosi Arapaço – Foto Mônica Nobrega – Acervo Fundo Brasil
- Foto Mônica Nobrega – Acervo Fundo Brasil
- Foto Mônica Nobrega – Acervo Fundo Brasil