Com mais de 870 iniciativas de promoção e defesa de direitos humanos apoiadas e R$ 32,5 milhões de reais doados a grupos, coletivos e organizações de base de todas as partes do país, o Fundo Brasil completa 15 anos de atuação neste ano de 2021.
O slogan “No Fundo, Eu Sou Você” orienta as ações de comunicação, mobilização e os debates que serão realizados pelo Fundo Brasil até o fim do ano. O objetivo é destacar a necessidade de conscientização e de um esforço coletivo, de toda a sociedade, para promover os direitos humanos e, desta forma, proteger e ampliar a própria democracia.
Assista agora ao vídeo “No Fundo, Eu Sou Você”
O vídeo lembra que direitos humanos são fundamentais para garantir a dignidade e a cidadania de todas as pessoas, sem exceção.
A primeira exibição do vídeo ocorreu na quarta-feira, 29 de setembro, no perfil da cantora Roberta Sá no Instagram. A cantora recebeu Ana Valéria Araújo, superintendente do Fundo Brasil, e Rose Meire Barbosa Correia, vice-presidente do Podáali Fundo Indígena, para uma conversa sobre a tese do marco temporal e a ameaça que ela representa aos povos originários, e demais ameaças aos povos indígenas no Brasil de hoje.
Como esta, as outras ações no âmbito dos 15 anos também terão participações de parceiras e parceiros do trabalho do Fundo Brasil, bem como de integrantes de grupos e coletivos que são ou já foram apoiados pela fundação e que, portanto, ajudaram a construir e a fortalecer a fundação.
Combate à violência institucional e à discriminação
Além da pauta indígena, o Fundo Brasil apoia e impulsiona projetos que defendem direitos humanos em várias outras causas essenciais para a democracia brasileira, tais como enfrentamento ao racismo, combate ao sexismo que viola os direitos das mulheres e das pessoas LGBTQIA+, combate ao encarceramento em massa e às demais violações impostas pelo estado brasileiro às pessoas pobres e periféricas, promoção dos direitos de populações tradicionais e quilombolas, de imigrantes, trabalhadoras e trabalhadores precarizados na cidade e no campo, direito à cidade e à terra.
A linha geral do trabalho da fundação, desde o início, é a do combate à violência institucional e à discriminação.
O Fundo Brasil tem como missão promover o respeito aos direitos humanos no Brasil, construindo mecanismos inovadores e sustentáveis que canalizem recursos para fortalecer organizações da sociedade civil e para desenvolver a filantropia de justiça social. Para isso, seleciona projetos por meio de editais públicos, amplamente divulgados, para apoio principalmente a iniciativas de organizações, grupos e coletivos com pouco acesso a outras fontes de recursos.
Nestes 15 anos, foram 29 chamadas públicas gerais e temáticas.
“É uma posição firme do Fundo Brasil, e que este trabalho de 15 anos vem demonstrando ser acertada: os ativistas e grupos de base propõem continuamente caminhos criativos e efetivos de enfrentamento às violações que atingem as suas comunidades. Apoiar essas iniciativas autônomas é uma forma de fortalecer a democracia, e é isso que o Fundo Brasil faz desde o início”, diz a superintendente do Fundo Brasil, Ana Valéria Araújo.
Ativistas na governança
Lançado em dezembro de 2006, em um evento no Pelourinho, em Salvador, o Fundo Brasil foi idealizado e é conduzido por ativistas de direitos humanos, tanto nos Conselhos Administrativo e Consultivo, quanto na equipe executiva.
Os instituidores – Abdias do Nascimento (1914-2011), Margarida Genevois, Rose Marie Muraro (1930-2014) e Dom Pedro Casaldáliga (1928-2020) – são referências na luta pelos direitos humanos no país. O primeiro grupo de diretoria foi formado por Sérgio Haddad, Sueli Carneiro, Oscar Vilhena e Darci Frigo; Jacqueline Pitanguy de Romani, Fernando Scaff, Renato Roseno, Alex Barbosa, Maria Betania Melo Ávila, Ana Valéria Araújo, Ricardo Yong Filho, Alberto Dines e Edson Cardoso integraram o primeiro conselho.
“A atuação cotidiana de cada um dos nossos conselheiros e conselheiras junto às pautas dos direitos humanos, e um relacionamento próximo e escuta ativa de nossa equipe junto às organizações apoiadas pelo Fundo Brasil, nos ajuda a ter uma proximidade muito grande com o campo, com os debates mais atuais e as demandas mais urgentes. Dessa forma, nossa atuação responde de forma relevante à intensa movimentação das prioridades em um país que viola direitos humanos de muitas formas”, comenta Allyne Andrade, superintendente adjunta do Fundo Brasil.
Atualmente, o Conselho de Administração do Fundo Brasil tem como presidente Mafoane Odara, e é composto também por Darci Frigo, Jurema Wenerck, Rafael Lins Bezze e Susy Yoshimura. O Conselho Consultivo é composto por Gersem Baniwa, Jorge Eduardo Durão, Kenarik Boujikian, Paulo César Carbonari, Veriano de Souza Terto Junior e Viviane Menezes Hermida.
A transparência é garantida por auditorias externas, realizadas todos os anos, e por um Conselho Fiscal formado por Gisela Sales, Karla Giovanna Battistella, Erica Pereira de Souza e Marta Elizabete Vieira Santana.
“São mecanismos que garantem a eficiência do Fundo Brasil na gestão responsável dos recursos, e que têm nos permitido ampliar continuamente o número de grupos e coletivos de direitos humanos apoiados por nós em todo o país”, diz Gislene Aniceto, gerente Geral da fundação. “A transparência é premissa fundamental de todo o nosso trabalho, assim como o suporte e o acompanhamento muito próximo dos grupos apoiados, de forma que a gente possa ajudar esses grupos também na gestão dos recursos, sem interferir em sua autonomia para realizar os projetos que propõem. É dessa forma que a gente diz ‘eu sou você’ para os grupos apoiados”, completa Gislene Aniceto.