Neste 10 de dezembro, ruas, cafés e restaurantes da cidade de São Paulo amanhecem com uma pergunta estampada em paredes, portas e balcões: Direitos humanos para quem?.
Esta é uma ação do Fundo Brasil para celebrar o Dia dos Direitos Humanos e os nossos 18 anos, completados nesta semana.
Os lambe-lambes – cartazes típicos da arte urbana de rua – são um convite à reflexão, a conhecer nosso trabalho e o que fazemos para promover uma sociedade brasileira com mais justiça social e socioambiental.
18 anos por um país com direitos
O Fundo Brasil existe para apoiar e fortalecer a luta por direitos humanos no país. Lançado oficialmente em dezembro de 2007, em um evento público no Pelourinho, em Salvador, o Fundo Brasil foi sonhado e idealizado por pessoas reconhecidas por seus papéis fundamentais nas lutas por direitos humanos.
Esta fundação tem a honra de ter sido instituída pelo intelectual, artista e ativista do movimento negro Abdias Nascimento (1914-2011); pela socióloga e ativista contra a ditadura militar Margarida Genevois; pelo defensor da reforma agrária, da Amazônia e dos direitos dos povos indígenas Dom Pedro Casaldáliga; e pela pioneira do feminismo brasileiro Rose Marie Muraro.
Além disso, tivemos como primeira equipe de diretoria o advogado e defensor do direito à terra Darci Frigo, o professor e advogado Oscar Vilhena, o educador Sérgio Haddad e a filósofa e pioneira do feminismo negro Sueli Carneiro. Essas pessoas implantaram e consolidaram nossas linhas fundamentais de atuação.
Em 18 anos, apoiamos 1.860 projetos com doações que chegam a R$ 96,4 milhões.
De uma média de 20 projetos por ano, que o Fundo Brasil apoiava nos primeiros editais, atualmente temos de 300 a 400 projetos ativos, sendo apoiados a cada ano.
“Esse crescimento é resultado da nossa gestão criteriosa e muito eficiente dos recursos. Para dar conta da ampliação substancial nas nossas doações e na gestão dos projetos,
adequamos a nossa infraestrutura e equipe de forma responsável e sustentável, num movimento contínuo de desenvolvimento institucional”, afirma Gislene Aniceto, gerente geral do Fundo Brasil.
Abordagem interseccional para mudanças estruturais
Os apoios do Fundo Brasil são direcionados para pessoas, comunidades e territórios que são diretamente afetados pela desigualdade que marca a nossa sociedade. Desta forma, fortalecemos a inovação, as propostas e caminhos criativos que surgem a partir das experiências concretas de distintas realidades e territórios.
“É uma posição firme do Fundo Brasil, que este trabalho de 18 anos vem demonstrando ser acertado. Ativistas e grupos de base propõem continuamente caminhos criativos e efetivos de enfrentamento às violações que atingem as suas comunidades. Apoiar essas iniciativas autônomas é uma forma de fortalecer a democracia e impulsionar mudanças estruturais”, afirma a diretora executiva do Fundo Brasil, Ana Valéria Araújo.
Todas as nossas frentes de trabalho abordam de forma interseccional os direitos humanos. A interseccionalidade é o princípio orientador dos nossos apoios às lutas por justiça racial, de gênero, territorial e climática. Fazemos isso priorizando projetos liderados por pessoas negras, indígenas, mulheres, juventudes, crianças, LGBTQIAPN+, de comunidades tradicionais e quilombolas, e que busquem promover os direitos dessas populações e a garantia de seus territórios.
“As organizações e ativistas que o Fundo Brasil apoia são parte fundamental de uma democracia ampla e verdadeiramente justa, que chegue a todo o país: aos centros urbanos e periferias, às ocupações, às florestas, ao litoral, às aldeias, aos quilombos, às áreas rurais e ribeirinhas”, diz Allyne Andrade, diretora executiva adjunta do Fundo Brasil.
História nas redes
A partir desta terça-feira, os principais destaques desta história de 18 anos do Fundo Brasil de Direitos Humanos serão publicados nas redes sociais, com números e fatos que dão mais detalhes sobre o impacto do nosso trabalho.