Projeto Viver

Contribuir com o fortalecimento político dessa classe trabalhadora, quebrando as barreiras do racismo, da informalidade e rompendo com ciclos de violência infantil que são assolados pela exploração de crianças e adolescentes neste trabalho, sobretudo meninas. Outra proposta é chamar a atenção das autoridades políticas para essa bandeira de luta, tão pouco difundida e mencionada nas rodas de debate social. Iremos, através da execução deste projeto, propiciar solo fértil para a ampliação de direitos sociais dessa classe trabalhadora. 

O trabalho doméstico ocupa um lugar central na organização da vida social brasileira e traz um quadro sócio-histórico com raízes amargas e profundas advindos da escravidão no Brasil. No ápice dos anos pandêmicos de Covid-19, houve um grande impacto na vida destas trabalhadoras: uma parte foi dispensada de seus serviços sem nenhuma garantia trabalhista, e outra, pela sobrevivência familiar, se arriscou e seguiu trabalhando. Neste contexto, as trabalhadoras domésticas remuneradas, que já têm um histórico desgastante de luta por reconhecimento, viram, assim como muitos brasileiros na informalidade, o desmonte das instituições democráticas, corte de direitos sociais e trabalhistas, bem como a adoção de políticas que resultaram na ampliação da pobreza e no aprofundamento das desigualdades sociais.

O Projeto Viver surgiu em 2019 pela iniciativa de um grupo de voluntários que dava aulas de reforço escolar para crianças em situação de vulnerabilidade social no distrito de Japuara em Caucaia – CE. Comprometida com a promoção dos direitos humanos, do exercício da democracia e da solidariedade, a organização tem como missão desenvolver as potencialidades da comunidade que é atingida por um complexo de vulnerabilidades sobretudo com os mais pobres. A instituição é composta por 80% de mulheres, em sua maioria da etnia indígena Anacés.