Objetivos e público alvo
A iniciativa visa orientar familiares e amigos de egressos do sistema prisional em relação a seus direitos sociais; proporcionar um espaço de apoio psicológico aos familiares e amigos de pessoas presas; problematizar a questão do sistema penal na sociedade, aprofundar dimensão política da associação e, por fim, contribuir com o processo de formação da consciência crítica e emancipação política das pessoas atendidas.
Atividades Principais
- Orientação assistencial e jurídica.
- Realização de campanhas pelo fim da revista vexatória, pelo fim da medicalização de adolescentes privados da liberdade, contra a política de encarceramento em massa.
- Elaboração de panfletos e folders diversos sobre as campanhas realizadas, com conteúdo político, pautado na criminologia crítica, e informativo em linguagem popular.
- Realização de três seminários públicos, com as seguintes temáticas “Revista Vexatória”, “Criminalização do Funk e da periferia” e “O que é Segurança Pública?”.
- Criação do observatório popular sobre violência, tortura e extermínio, visando acompanhar e denunciar os casos de abuso de violência, tortura e extermínio das unidades de internação para adolescentes e cárceres.
Contexto
O estado de São Paulo possui o maior número de pessoas adultas presas, 195 mil, e de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação, 9.016. Este contexto calamitoso das cadeias públicas e instituições prisionais paulistas reflete a política de Estado que se segue violando os direitos humanos, além de respaldar-se em projetos políticos de tolerância zero, refletindo no encarceramento em massa, faz dos presídios depósitos caracterizados pela violência institucional (superlotação, falta de assistência médica, precariedade estrutural, alimentação inadequada, carência em atendimento psicossocial, jurídico e em atividades culturais, educacionais e educativas) – e pela prática de violências psíquicas/físicas e torturas.
Toda esta violência se reflete também contra a família, submetida ao preconceito da sociedade, sendo humilhada nos dias de visita e no cotidiano. Fortalecer um espaço que acolha estas pessoas e contribua com a comunidade para desnaturalizar a violência do Estado contra as pessoas pobres é um papel central do projeto, pois assim se conquista- gradualmente o exercício da participação cidadã da comunidade através do esclarecimento crítico dos contextos vivenciados.
Sobre a Organização
A Associação de amigos e familiares de presos/as (AMPARAR) possui como missão a defesa intransigente dos direitos humanos de adolescentes e adultos encarcerados e egressos do sistema penal e de seus familiares e a articulação destes enquanto grupo de solidariedade e de referência ao exercício da cidadania.
Parcerias
A Amparar se articula por meio do Movimento Negro Unificado, Coletivo Anastácia Livre, Rede de cursinhos populares Uneafro e Rede 2 de outubro.
Resultados
O projeto aprofundou a dimensão política da associação e contribuiu com o processo de formação da consciência crítica e política das pessoas atendidas.Foram realizadas oficinas com jovens do serviço de acolhimento institucional; encontros temáticos sobre o encarceramento em massa e o estado penal; atendimento jurídico a familiares de presos; experimento de rádio online; debates; atos contra a violência policial e ciclos de formações sobre diversos temas.