Associação de Mulheres Trabalhadora Rurais de Lago do Junco e Lago dos Rodrigues – AMTR

O projeto selecionado vai dar continuidade ao processo de formação de lideranças femininas, abordando questões como desigualdade de gênero, discriminação econômica, violência sexual e a devastação ambiental imposta por empreendimentos econômicos. Cerca de 120 participantes vão tornar-se multiplicadoras da cultura de direitos humanos, em 11 comunidades da Microrregião do Médio Mearim, no Maranhão.

• Realização “Encontro Regional de Quebradeiras de Coco Babaçu na região de Lago do Junco e Lago dos Rodrigues”, com a participação de instituições parceiras, para discutir: Gênero e Meio Ambiente; Saúde Reprodutiva da Mulher; e Políticas para as Mulheres;
• Organização do “Ato Público no Município de Lago dos Rodrigues”, para apresentar as demandas das comunidades rurais e extrativistas junto ao poder público municipal;
• Reuniões e assembleias da AMTR para fortalecer a articulação das mulheres;
• Participação em atividades de intercâmbio com outras organizações, seminário e grupos de estudo.

O Médio Mearim, que fica na região central do Maranhão, foi palco de sangrentos conflitos agrários nas décadas de 1970 e 1980, quando houve um forte incentivo à pecuária extensiva. Surgia ali um forte movimento de mulheres ambientalistas, oriundo dos clubes de mães ligados à igreja católica e ao sindicalismo rural. O grupo lutava por melhores condições de vida para suas famílias, pelo reconhecimento social-político do papel delas na construção da sociedade baseada em relações justas de gênero e geração, e pela preservação das florestas de babaçu.

Foi nesse contexto, lutando pela garantia do livre acesso e a preservação dos babaçuais, que nasceu em 14 de maio de 1989 a AMTR – Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Lago do Junco e Lago dos Rodrigues. O grupo atuou pela aprovação da Lei Municipal Babaçu Livre, que estabelece o livre acesso das quebradeiras ao babaçu em terras públicas e privadas.

Hoje a AMTR é sediada em Lago dos Rodrigues (MA), a 330 Km da Capital São Luís. A associação desenvolve atividades de capacitação e formação, com grupos de estudos sobre gênero, empoderamento de mulheres, organização e participação política; de defesa do babaçual, na luta pela aprovação de leis ambientais e pelo cumprimento das leis vigentes; e de geração de renda, por meio do aproveitamento do extrativismo do babaçu.

Por meio do Edital Anual 2010, o grupo recebeu apoio do Fundo Brasil para realizar o projeto “Mulheres de fibra: Rompendo cascas e reinventando a vida através da luta pela equidade de gênero, raça e etnia“.

A Assema - Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão é importante parceira neste projeto. Com experiência institucional de trabalho voltado às questões de gênero, através do programa de “Organização de Mulheres”, vai contribuir assessorando diretamente as organizações de quebradeiras em suas ações.

A iniciativa também conta com o apoio das organizações locais e comunidades onde acontecem os grupos de estudos - AMTR, MIQCB, COPPALJ E COOPAESP.