Objetivos e público alvo
Levar a experiência das 102 mulheres da AMTR para outras 200 quebradeiras por meio dos Grupos de Estudos das Quebradeiras de Coco Babaçu, pensado e criado pelas próprias mulheres como espaços políticos e de empoderamento. Capacitar lideranças femininas para atuar diretamente nas organizações comunitárias como agentes multiplicadoras de desenvolvimento rural com enfoque em gênero, raça e etnia
Atividades Principais
- Capacitações em equidade de gênero, direitos humanos e sociais e HIV/Aids
- Encontro para troca de experiências
- Apoio e fortalecimento institucional
Contexto
O projeto proposto pela AMTR é o fruto das lutas estabelecidas historicamente pelas quebradeiras, pelo acesso a direitos (produtivos, de participação política, social e acesso a conhecimentos). O movimento por direitos se deu num contexto de extrema necessidade de sobrevivência das quebradeiras de coco babaçu que culmina a partir dos anos 1980, quando as terras da região do Médio Mearim passaram a serem ocupadas por pastagens destinadas a pecuária extensiva, concentrada nas mãos de grandes proprietários.
Nos anos de 1990 a 1996, as terras voltaram parcialmente para as mãos dos pequenos e médios proprietários (até 500 hectares) – processo marcado pelos maiores conflitos fundiários observados na região, com violações de direitos humanos e devastação ambiental. A combinação desses fatores levou a êxodo rural, pobreza acentuada, insegurança alimentar. As quebradeiras estão entre as maiores vítimas desse processo, por experimentarem discrminações relacionadas a gênero, raça, etnia, produção/economia, educação e política.
Sobre a Organização
Criada por lideranças femininas quebradeiras de coco babaçu e com sede em Lago dos Rodrigues (MA), a 330 km da capital São Luís, a associação atua junto às quebradeiras de coco de 11 comunidades da microrregião do Médio Mearim. A missão é construir alternativas de desenvolvimento social, político e econômico sustentáveis, por meio de organização comunitária, resgate do conhecimento popular na saúde, na agricultura/agroextrativismo do babaçu e na educação ambiental.
A ONG também luta por alimentação de qualidade, moradia, posse da terra, preservação do meio ambiente e meios para o fortalecimento da agricultura familiar. As atividades desenvolvidas seguem três linhas: capacitação (grupos de estudos em gênero/empoderamento, organização e participação política); defesa do babaçual (articulações pela aprovação de leis ambientais e luta pelo cumprimento da lei nos dois municípios); e geração de renda (aproveitamento do extrativismo do babaçu).
Parcerias
Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (Assema)
Paróquia São José de Lago da Pedra
Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas de Lago do Junco
Pastoral da Criança,
Escola Família
Coordenação Municipal do MIQCB
Resultados
Um grupo de estudos das quebradeiras de coco com enfoque regional foi articulado e executado no contexto do projeto. Também foram realizadas reuniões de diretoria da associação e assembleias gerais. Uma audiência pública municipal em Lago do Junco, planejada pela associação e parceiros locais, discutiu a situação do meio ambiente no município, principalmente o desmatamento e aplicação de veneno dos babaçuais.