Associação Rádio Comunitária de Campo Verde
Grandes projetos ameaçam a vida dos povos no Tapajós: capacitação para o empoderamento de homens e mulheres na defesa de seus direitos
Pará
Objetivos e público prioritário
Intensificar o processo de formação e conscientização nas principais comunidades ribeirinhas que serão diretamente afetadas pela barragem de São Luiz do Tapajós, assim como as comunidades que já estão sendo impactadas pelo porto da empresa Bunge, em funcionamento. São identificadas violações de direitos como saúde, educação, água potável e outras.
Atividades principais
- Sistematização das informações.
- Oficinas de capacitação nas comunidades sobre os impactos dos grandes projetos e os direitos da população atingida.
- Palestras sobre educação ambiental em escolas, comunidades e bairros.
- Seminário sobre direitos humanos e modelo de desenvolvimento sustentável no oeste do Pará.
- Formação de grupos de trabalho em cada comunidade.
- Audiência pública com o Ministério Público Federal e outras organizações da sociedade civil.
- Produção e divulgação de 500 cartilhas sobre os direitos.
Contexto
Há décadas o poder público desenvolve na Amazônia uma política econômica baseada na exploração intensiva de recursos naturais. São “grandes” projetos energéticos e minerários que deixam um rastro de destruição social e ambiental. A população local é excluída dos benefícios e do debate político sobre a viabilidade dos projetos. Ao mesmo tempo, suporta os impactos negativos que incluem inundações de áreas de floresta primária, de áreas indígenas, deslocamentos compulsórios de milhares de famílias e outras violações de direitos. A Usina Hidrelétrica São Luiz do Tapajós vai inunduar 376 quilômetros quadrados – parte dessa área é unidade de conservação e outra parte é povoada por comunidades tradicionais. Haverá impacto direto nas comunidades ribeirinhas e aldeias indígenas. Estudos mostram que o número de pessoas diretamente afetadas será de aproximadamente duas mil. Além disso, há o avanço do agronegócio sem o cumprimento das promessas para as comunidades afetadas.
Sobre a organização
A Associação Rádio Comunitária é parceira das lutas dos povos da região em relação à defesa de seus direitos. Os associados levam informações até as comunidades e desenvolvem trabalhos comunitários por meio de palestras sobre educação ambiental, ações de preservação ambiental e organização das comunidades.
Parcerias
- Comissão Pastoral da Terra da BR 163.
- Comissão Pastoral da Terra de Santarém e Altamira.
- Movimento dos Atingidos por Barragens no Estado do Pará e no Tapajós.
- Fase-Fundo Dema.
- Organização de Direitos Humanos Terra de Direitos.
- Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Itaituba e região.
- Comissão de Justiça e Paz.
- Associação dos Povos Indígenas do médio Tapajós.
- Cimi (Conselho Indigenista Missionário).
Resultados
O primeiro passo foi uma sistematização de informações sobre os impactos dos grandes projetos na vida das pessoas. Depois foram realizadas oficinas de capacitação dos atingidos pelas hidrelétricas e pelos portos; formação de grupos de trabalho e palestras em escolas e com moradores.
Linha de Apoio
Edital Anual
Ano
2015
Valor doado
R$ 40 mil
Duração
12 meses
Temática principal
Direitos socioambientais no âmbito dos megaprojetos