Bamidelê – Organização de Mulheres na Paraíba
Iye Dudu: Um "conto" por uma educação antirracista!
Paraíba
Objetivos e público prioritário
Contribuir com a implementação da Lei 10.639/03, importante instrumento de enfrentamento ao racismo, desenvolvendo um processo de sensibilização da comunidade escolar e da sociedade para a defesa da referida lei, oferecendo subsídios para a implementação da mesma em seis escolas públicas de ensino fundamental e médio de três municípios da Paraíba.
Atividades principais
- Atividades formativas com docentes.
- Contação de história (Projeto Gira Contos ) – 12 sessões, sendo duas em cada escola.
- Atividade educativa-afro-cultural – uma em cada escola (João Pessoa e Santa Rita), por ocasião do “20 de Novembro – Dia da Consciência Negra” como data afirmativa da resistência negra – a proposta será construída com a comunidade escolar.
- Feira Saberes Negros – realizada no dia “20 de Novembro” na comunidade quilombola de Caiana dos Crioulos – com as duas escolas de Alagoa Grande. A proposta é realizar uma atividade em formato de feira em que tenha repasse de informações, expressões afro-cultural, como ciranda, pífanos e dança afro e capoeira.
- Intervenções nas redes sociais (Facebook e Twitter).
- Título de reconhecimento Iye Dudu – trata-se de desencadear um processo de levantamento de experiências exitosas de implementação da lei e torná-las conhecidas para o público em geral.
- Produção de um material impresso sobre racismo e a Lei 10.639/03 e materiais de divulgação do projeto.
Contexto
Historicamente, a educação negligencia e invisibiliza a identidade negra. Um exemplo são as representações da/o negra/o nos livros didáticos, sempre em condições desprivilegiadas. Ou ainda estão na senzala ou trabalhando e apanhando muito. A valorização sempre foi dada ao povo branco, europeu. Para uma criança negra, essa falta de representação positiva acarreta sérios danos ao crescimento, não só intelectual. Há inúmeros casos de abandono escolar porque a criança não consegue viver no ambiente hostil da escola. E isso é um complicador, uma vez que a escola é o espaço por excelência de definição do “futuro” de uma pessoa. Uma importante iniciativa, para garantir que a escola seja um espaço acolhedor, que respeite a diversidade racial do povo brasileiro, foi criada no Brasil em 2003 – a Lei 10.639/03 – que obriga o ensino da história e cultura africana e afro brasileira. Mais de 100 anos depois da “oficial” abolição da escravidão é que negras/os terão oportunidade de ver a sua história contada de forma positiva. Entretanto, o racismo institucionalizado em nossa sociedade faz com que 13 anos depois da promulgação da lei nem todas as secretarias de educação tenham criado as diretrizes para sua implementação e nem todas as escolas desenvolvem ações nessa perspectiva. Percebe-se que há dificuldades em reconhecer a lei como um importante instrumento para o enfrentamento ao racismo.
Sobre a organização
Fundada em 2001, a Bamidelê é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, composta por feministas negras. Tem a missão de contribuir para a eliminação do racismo e do sexismo na busca da igualdade racial e de direitos entre homens e mulheres, visando a uma sociedade democrática com justiça social. A organização já foi apoiada pelo Fundo Brasil em 2015, 2012, 2010 e 2009.
Parcerias
Articulação Nacional de Organizações de Mulheres Negras – AMNB
Articulação de Mulheres Brasileiras – AMB.
Rede de Mulheres Negras do Nordeste.
Rede de Mulheres em Articulação da Paraíba.
Movimento Negro Organizado da Paraíba.
Fórum de Juventude Negra.
Resultados
Foram realizadas visitas a escolas e diálogo com professoras-referência; atividades formativas com docentes; contação de histórias (Projeto Gira Contos); intervenções nas redes sociais; e obtenção do título de reconhecimento Iyè Dúdú – Experiências Afro-Pedagógicas de Educação Antirracista.
Linha de Apoio
Edital Anual
Ano
2016
Valor doado
R$ 40 mil
Duração
12 meses
Temática principal
Enfrentamento ao racismo