Objetivos e público alvo
O projeto foi pensado para dar visibilidade à luta contra o racismo e a discriminação da população negra. O foco esteve em sensibilizar lideranças do movimento feminista, movimentos sociais e outros sujeitos da sociedade civil para a construção de alianças na luta por políticas que garantissem os direitos humanos de homens, mulheres, crianças, adolescentes e jovens negros e promovessem a igualdade racial.
Atividades Principais
- Cinco oficinas (com 25 participantes cada) sobre os temas identidade étnico-racial, história da população negra, saúde da população negra, com ênfase na vulnerabilidade das mulheres negras, controle social de políticas públicas, políticas de promoção da igualdade racial, educação e Lei 11.645/08, que tornou obrigatório o ensino de História da África e da cultura afro-brasileira nos currículos escolares
- Seminário para 100 pessoas que debaterá políticas públicas de promoção da igualdade racial, voltado para representantes do movimento negro, movimentos sociais, gestores públicos, legisladores, professores universitárias e estudantes
Contexto
A Bamidelê luta contra a invisibilidade da população negra e da negação do racismo, herança das raízes profundas na tradição coronelista e escravocrata, associada a um modelo patriarcal, sexista e racista de dominação presente na sociedade paraibana. Um efeito prático dessa realidade, em 2008, foi a derrota sofrida pelo movimento negro paraibano na garantia do sistema de cotas raciais para o ingresso na Universidade Federal da Paraíba. Como reforço da opinião das elites, a mídia local colocou-se de forma contrária ao projeto, por meio de editoriais e artigos de opinião que afirmaram como equivocada a discussão das cotas para a população negra e em vulnerabilidade social.
Sobre a Organização
Tem como missão contribuir para a eliminação do racismo e do sexismo, assim como promover debates e ações que fortaleçam a identidade e auto-estima sobretudo de mulheres negras, culminando na luta pela defesa efetiva e implantação dos direitos humanos.
O grupo elabora e implementa estratégias para combater os mecanismos de produção e reprodução do racismo e da discriminação étnico-racial, de gênero e sexual; monitora políticas públicas; realiza atividades educativas, feiras de saúde e ações de fortalecimento político junto a mulheres negras e quilombolas.
Parcerias
Assessoria de Diversidade Humana da Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura Municipal de João Pessoa
CESE
Fundação Ford
Fundo Global para Mulheres
Resultados
O Seminário Consciência Negra – Racismo e Ações Afirmativas contou com a participação de 100 servidores municipais e ativistas dos movimentos sociais; o ciclo de oficinas foi condensado em um minicurso. O grupo lançou e obteve boa repercussão com a Campanha de Promoção da Identidade Negra na Paraíba, que teve peças publicitárias, evento-show para 500 pessoas, assessoria de imprensa, clipagem de notícias e mobilização de rua. Integrou ainda o Seminário Políticas de Cotas na UFPB – Um debate necessário. O Oficinão Argumentação Pública em Defesa das Cotas Raciais superou o público estimado de 30 pessoas – 44 compareceram. E, durante todo o processo, as cotas raciais foram aprovadas na Universidade Federal da Paraíba.