Objetivos e público alvo
Proporcionar um espaço de escuta, acolhimento e empoderamento às mulheres vítimas da violência do Estado do Rio de Janeiro na favela de Manguinhos e em seus arredores, como Jacarezinho, Mandela e Arará.
Contexto
Pessoas negras são instadas todos os dias a lutar pelo direito à vida. Somente em 2019, a violência de Estado vitimou 1810 pessoas no Rio de Janeiro. A cada semana, novas famílias precisam ser acolhidas, são vítimas de violações nas operações policiais, do encarceramento em massa, da letalidade policial e dos efeitos psíquicos dos tiros disparados pelo helicóptero aéreo e pelo caveirão. Manguinhos e as favelas ao seu redor (Jacarezinho, Mandela e Arará) têm sido palco de operações policiais violentas, com o uso de snipers da torre da Cidade da Polícia, ao lado da comunidade. O adoecimento psíquico e a desesperança assolam as famílias vítimas dessa violência – que encontram amparo nas Mães de Manguinhos.
Sobre a Organização
O Coletivo Mães de Manguinhos se formou com o aumento de homicídios praticados pelo Estado do Rio de Janeiro no contexto da Copa do Mundo (2014) e das Olimpíadas (2016). Realizamos mobilizações por direito à memória, verdade, justiça, reparação e a responsabilização dos agentes violadores. As Mães de Manguinhos dedicam-se ao acolhimento de mulheres negras, especialmente mães e familiares de vítimas da violência do Estado, por meio de ações de apoio, trocas e fortalecimento coletivo na elaboração do luto e na inserção nas lutas sociais. O NAPAVE – Núcleo de Atenção Psicossocial a Afetados pela Violência de Estado é um projeto desenvolvido por 6 psicoterapeutas e uma assistente social, com o objetivo de oferecer espaços coletivos de acolhimento e atenção psicossocial à vítimas de violência de Estado (sobretudo negros e residentes em favelas), bem como apoiar a potencialização de suas redes nas lutas por memória, verdade, justiça e reparação.