COMUNEMA – Coletivo de Mulheres Negras Maria-Maria
Amazônia Terra de Encantos e Magia: Enfrentando a discriminação e o racismo contra Mulheres Negras Umbandistas na Transamazônica e Xingu e promovendo o empoderamento cultural e político-social
Pará
Objetivos e público prioritário
Ampliar a visibilidade e o respeito ao credo, à liturgia, ao panteão, aos contos e aos mitos afrodescendentes por meio de ações em dez cidades da região do Rio Xingu e da Rodovia Transamazônica, no Pará, visando enfrentar a discriminação e o racismo que violam os direitos de mulheres negras e pessoas LGBT umbandistas.
Atividades principais
- Cine-Sarais Debates “Pretas no Gongá”
- Construção da REDE Umbandamazônica de Mulheres Negras e LGBTs
- Realização do I Grande Encontro Umbandamazônico de Mulheres Negras e LGBTs
- Campanha Regional “Tambores, História e Resistencia”
Contexto
A região amazônica sempre teve sua história entrelaçada com a magia e o encanto dos cultos xamânicos, espirituais, indígenas e afro-brasileiros. Desde a colonização da Amazônia, a partir da década de 70, com a abertura da Rodovia BR-230 (Transamazônica), esses cultos passaram a se disseminar e se reinventar, agregando aspectos culturais africanos, que somados à cultura religiosa deram origem aos muitos cultos umbandistas e de linha cruzada praticados na região. O aumento do fluxo migratório, ocasionado principalmente pelo colonialismo e instalação de empreendimentos capitalistas, intensificou o estabelecimento de denominações religiosas evangélicas, católicas e pentecostais. Hoje, segundo o IBGE, Altamira possui uma população de 58 mil pessoas que se denominam católicas, 32 mil evangélicas e apenas 298 umbandistas. No entanto, existem milhares de umbandistas, praticantes do candomblé e quimbanda que temem sofrer represálias, ataques, discriminação e preconceito e, por isso, não declaram a sua religião.
Sobre a organização
A COMUNEMA foi criada em 2015 com a missão de proporcionar visibilidade e fortalecer a luta de mulheres negras oriundas das periferias de Altamira e de comunidades negras na região da Transamazônica e Xingu, lutando para que a população de jovens negros, LGBTs e mulheres negras sejam alcançadas pelo Estado e por políticas públicas voltadas para estas populações e suas famílias. Atua na luta pelo direito à moradia digna e qualidade de vida nos reassentamentos urbanos coletivos (RUCs) impostos pelos empreendimentos energéticos instalados em nossa região (UHE Belo Monte/Mineradora Belo Sun), promovendo campanhas e intervenções na pauta do autocuidado e saúde da mulher negra, formação de lideranças comunitárias no âmbito dos reassentamentos urbanos, economia solidária e sustentável e empoderamento, descriminalização e visibilidade da juventude negra e LGBT.
Parcerias
FDA - Fórum em Defesa de Altamira
MMCC- Movimento de Mulheres do Campo e Cidade
Mutirão Pela Cidadania
Associação das Comunidades Quilombolas de Porto de Moz
Centro de Formação do (a) Negro (a) da Transamazônica e Xingu
Grupo de Resistência da Negritude Jovem
Rede Fulanas
Rede de Mulheres Negras Amazônicas
Coletivo Sapato Preto
Fundação República do Emaús
Movimento Xingu Vivo Para Sempre
Coletivo de Mulheres do Xingu
Linha de Apoio
Enfrentando o racismo a partir da base (2018)
Ano
2018
Valor doado
R$ 70 mil
Duração
14 meses
Temática principal
Enfrentamento ao racismo