Objetivos e público alvo
O projeto vai aprofundar o debate sobre os processos de militarização dos territórios a partir das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e as violações de direitos de jovens negros nesse contexto. O objetivo é desmitificar a pacificação forçada e incentivar a organização autônoma de jovens, promovendo discussões sobre racismo institucional e sobre o atual modelo de desenvolvimento das cidades.
Atividades Principais
- Realização de Rodas de Conversa com a temática: “Jovens Negros e Racismo Institucional no Atual Modelo de Desenvolvimento da Cidade”;
- Realização de oficinas participativa para construção do roteiro do mapeamento das violações e violências sofridas pelos jovens negros;
- Organização de um seminário que reunirá os jovens negros das favelas pacificadas, pesquisadores,movimentos e organizações de Direitos Humanos com objetivo de compartilhar os resultados (Mapeamento das Violações e Violências) e articular a rede de jovens negros participantes com os movimentos e redes juvenis.
Contexto
A militarização das favelas iniciou-se 2008 e trouxe com ela um discurso relacionado a um novo modelo de segurança pública para as favelas da cidade do Rio de Janeiro. A chamada “pacificação” trazia no seu cerne como princípio, a polícia de proximidade nos moldes comunitários, o que na prática não vem acontecendo.
Não podemos descartar que a instalação das UPPs trouxe resultados significativos do ponto de vista da redução do número de homicídios nas favelas, mas este processo impactou de maneira desigual determinados grupos sociais, dentre eles a juventude negra.
As Unidades de Polícia Pacificadora surgem, portanto, como novo modelo de segurança, mas na prática reproduz o velho papel da Polícia Militar de defender o interesse privado e o atual modelo de desenvolvimento urbano, que tem no uso da força e no controle militar das favelas a sustentação para vender a cidade como mercadoria, pautada na lógica da mercantilização da vida e do consumo, não pela garantia de direitos.
Sobre a Organização
O Fórum de Juventudes RJ tem como missão lutar pela garantia dos direitos dos jovens do Estado do Rio de Janeiro, em especial os negros e favelados.
Parcerias
O Fórum de Juventude dialoga com a Rede de Comunidades Contra a Violência, o Fórum Social de Manguinhos, Articulação com o Movimento Favela Não se Cala, o Movimento Ocupa Borel e Ocupa Alemão , o Fórum de Juventudes de Belo Horizonte,Rede Fale, Apafunk, Ocupação Manoel Congo.
Resultados
A organização conseguiu identificar, mapear e georreferenciar as violações de direitos e as violências específicas contra os jovens negros das favelas “militarizadas” e debater com os jovens negros os problemas da política de militarização e noções de direitos humanos, sendo o racismo institucional o orientador desse processo de construção. Com isso, alcançaram a sensibilização para alguns e algumas enfrentem nas ruas o estado racista.