Gizele de Oliveira Martins
Auto resistência: A omissão que mata
Rio de Janeiro
Objetivos e público prioritário
Tornar público o debate sobre os autos de resistência registrados pelas polícias que atuam no Rio de Janeiro. Colocar em pauta a não-apuração, por parte do Judiciário, desses autos de resistência, investigando por que o poder público não demonstra interesse em encaminhar e finalizar esses casos. Questionar por que as mortes de tantas pessoas, inclusive de crianças, são registradas como autos de resistência, mesmo quando há testemunhas do contrário. Incidir, por meio da mídia, para que o tema seja mais questionado e debatido.
Atividades principais
- Realizar série de reportagens online sobre a atual situação dos autos de resistência no Brasil, mais especificamente nas favelas do Rio de Janeiro;
- Realizar reportagem impressa mais abrangente sobre o tema;
- Produzir evento para o lançamento das reportagens e onde o tema seja amplamente debatido em rodas de conversa.
Contexto
Os casos de autos de resistência cometidos pelas polícias que atuam no Rio de Janeiro têm sido crescentes. A maioria desses casos são arquivados, já que são investigados pela própria polícia. Grande parte desses autos acontece em áreas que a população pobre reside: nas favelas e regiões periféricas da cidade do Rio de Janeiro, e na Baixada Fluminense. Quando se analisa os locais, surge a pergunta sobre os motivos que levam esses casos a não serem investigados a fundo, já que esses são espaços onde se convive cotidianamente com o racismo estrutural e a constante criminalização da pobreza. Há casos em que as mortes de crianças são registradas como autos de resistência, como no caso ocorrido em 2008, quando o menino Matheus Rodrigues, de 8 anos, morreu após ser alvejado por um tiro quando saiu de casa para comprar pão. A morte de Matheus, que ocorreu no Conjunto de Favelas da Maré, foi uma das inspirações para o projeto.
Sobre a organização
Formada em jornalismo pela PUC-RIO, Gizele Martins é mestranda em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas na UERJ-Febj. Por mais de dez anos foi repórter e jornalista responsável do Jornal O Cidadão, meio comunitário que circula há 20 anos no Conjunto de Favelas da Maré. É apoiadora do Fórum de Juventudes do Rio de Janeiro e atua no Movimento de Favelas do Rio.
Linha de Apoio
Jornalismo Investigativo e Direitos Humanos
Ano
2017
Valor doado
R$ 38.600,00
Duração
12 meses
Temática principal
Garantia do Estado de Direito e Justiça Criminal