IDEAS – Assessoria Popular
Não somos inimigos! Mobilização comunitária para o enfrentamento do genocídio, do superencarceramento, do racismo institucional e da violência policial
Bahia
Objetivos e público prioritário
Prestar assessoria popular a comunidades vulneráveis, atuando para suprir a necessidade de mediação social visando o enfrentamento da criminalização, do racismo institucional e da redução das prisões em flagrante por porte, consumo e comercialização de drogas que têm como provas apenas o testemunho de policiais.
Atividades principais
Atividade 1
Realização de reuniões para apresentação do projeto e levantamento de informações, contribuindo para o monitoramento das informações sobre mortes violentas intencionais.
Atividade 2
Articulação visando contribuir para a instalação do Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura na Bahia.
Atividade 3
Estimular a conformação de uma Articulação Comunitária de combate a violência policial.
Atividade 4
Contribuir com a organização do Núcleo das Mães e Familiares Vítimas da Violência do Estado na Bahia.
Atividade 5
Influenciar na formação de opinião pública sobre as temáticas do encarceramento em massa, do racismo institucional, da violência policial e do genocídio do povo negro, contribuindo para uma visão crítica ao discurso da segurança urbana e da guerra às drogas.
Contexto
Atualmente, 54% da população mundial vive nos centro urbanos. Quando são analisados dados da América Latina, esse número ultrapassa 80% da população. Trata-se de uma região que concentra a maior população urbana do planeta e que tem sete das oito maiores cidades da América (São Paulo, Cidade do México, Lima, Bogotá, Rio de Janeiro, Caracas e Santiago).
Um quarto da população urbana latinoamericana – 111 milhões de pessoas – vive em favelas ou assentamentos informais; 124 milhões de pessoas vivem em situação de pobreza, mais da metade no Brasil (37 milhões) e no México (25 milhões), países que concentram 29 das 50 cidades mais violentas do mundo.
Estes são dados da organização mexicana Seguridad, Justicia y Paz.
O Brasil possui 17 das 50 cidades mais violentas do mundo e é responsável por mais de 14% (61.619 no ano de 2016) dos homicídios cometidoso. Quando comparados aos dados de pessoas desaparecidas no Brasil, que na análise da década é superior ao de homicídios, estes dados ganham fortes indícios de estarem subnotificados. Tal subnotificação é possível devido ao ainda impressionante número de chacinas, desaparecimentos forçados e cemitérios clandestinos existentes no Brasil.
Das 17 cidades brasileiras entre as 50 cidades mais violentas do mundo, 11 estão na região Nordeste. Das nove capitais do Nordeste, apenas São Luís, no Maranhão, ficou de fora, mas segundo a publicação é a 51ª cidade mais violenta do mundo. Das 17 cidades brasileiras no ranking, três estão na Bahia – o ranking internacional só considera cidades acima de 300 mil habitantes.
Sobre a organização
A IDEAS – Assessoria Popular atua na afirmação do direito à cidade, sobretudo por meio da visibilização dos conflitos decorrentes do modelo de desenvolvimento baseado na usurpação do território, da cultura e da vida do povo negro. Busca o empoderamento de comunidades e movimentos. Atua desde 2012 na assessoria junto ao Movimento dos Sem Teto da Bahia e desde 2014 trabalha no Centro Antigo de Salvador na articulação de uma rede de resistências populares urbana.
A organização já foi apoiada em em 2016 por meio do projeto Justiça Intramuros – Combatendo o racismo institucional em casos de prisões cautelares e provisórias decorrentes de tráfico, roubo e furto de pequena monta; em 2015, por meio do projeto “Resistências populares urbanas: evidenciando os conflitos fundiários decorrentes do atual projeto de gentrificação do Centro Antigo de Salvador”; e em 2014, por meio do projeto “Articulação das Ocupações do Centro Antigo de Salvador: Resistência Negra contra impactos da Copa do Mundo FIFA 2014”.
Linha de Apoio
Enfrentando o racismo a partir da base (carta-convite - 2018)
Ano
2018
Valor doado
R$ 70 mil
Duração
18 meses
Temática principal
Enfrentamento ao racismo