Objetivos e público alvo
Divulgar e denunciar as violações de direitos humanos cometidas contra os praticantes da religiosidade tradicional guarani-kaiowá, os nhanderu e nhandesy (xamãs, ou rezadores) e seus seguidores. Ampliar a reflexão sobre formas de proteção aos rezadores e seu patrimônio cultural e formular propostas de políticas para isso.
Atividades Principais
Visitas a comunidades para coletar depoimentos sobre os casos que estejam ocorrendo, tirar fotos e realizar vídeos para internet.
Evento para reunir os nhanderu e nhandesy e formular propostas de ações para o poder público, a fim de frear a atual escalada de violência contra os rezadores e rezadoras.
Divulgação das informações coletadas em redes sociais e em um site/blog.
Sintetização das informações por meio de um relatório final.
Contexto
Nos últimos anos têm ocorrido ameaças e violências cometidas diretamente por pastores e fieis de igrejas evangélicas pentecostais dentro das aldeias contra as autoridades religiosas tradicionais guarani-kaiowá (nhanderu e nhandesy, conhecidos como rezadores). Há também discriminação e violência institucional contra rezadores e seus grupos familiares promovidas por autoridades (prefeitos, vereadores) que se aliam politicamente com igrejas evangélicas nas aldeias, bem como por funcionários públicos, indígenas e não indígenas, em áreas como saúde e educação. Ocorrem ataques a acampamentos indígenas como forma de discriminação religiosa/cultural, bem como a criminalização e criação de falsas acusações contra os rezadores e seus grupos como forma de discriminação e violência institucional. A discriminação e violência contra os rezadores e seus grupos, além de seus bens e locais sagrados, é também um ataque ao patrimônio cultural material e imaterial do povo guarani-kaiowá.
Sobre a Organização
Izaque João é pesquisador na Universidade Federal da Grande Dourados e no Museu do Índio junto ao projeto de documentação de música guarani-kaiowá. Trabalhao com os rezadores e rezadoras (xamãs), registrando e divulgando seus conhecimentos.
Na comunidade dele, a Guyra Kambi’y, também atua assessorando o grupo nos momentos em que se necessita de ações como laudos e relatórios produzidos por gente com formação universitária. Atuou no relatório de identificação da Terra Indígena Panambi e outros trabalhos sobre impacto ambiental de projetos na área. Como acadêmico indígena e integrante de acampamento que reivindica a Terra Indígena Panambi, participa também do movimento Aty Guasu – Grande Assembléia Guarani Kaiowá.