Objetivos e público alvo
Resgatar e valorizar as experiências históricas do movimento hip-hop nacional que foram voltadas à prevenção e resistência à violência, sobretudo a institucional e policial, contra a juventude negra, pobre e periférica. A partir do resgate e difusão da memória/história, fortalecer as campanhas e experiências atuais, usando: site, redes sociais, vídeos e, sobretudo, os cinco elementos do Hip-Hop: o rap do MC, o DJ-Historiador, a dança do Bboy, o Graffiti e o Conhecimento.
Atividades Principais
- Reunir todo final de mês, nos tradicionais Encontros de Hip-Hop na Estação São Bento do Metrô (centro de SP), cerca de 700 pessoas.
- Realizar um Grande Encontro no final do ano, lançando a Campanha Histórica “Hip-Hop Brasil -Velha Escola e Nova Geração Juntas contra a Violência”.
- Implantar e lançar um Memorial On-Line das iniciativas do “Hip-Hop: Cultura de Rua Contra Violência”, resgatando todo o acervo e as histórias.
- Criar material formativo, impresso e em vídeo, com documentos sobre a história de resistência negra e do Hip-Hop para as diversas redes/fóruns/campanhas contra o genocídio negro e periférico atuais.
Contexto
A “Constituição Cidadã” de 1988 também foi fruto das lutas que os pioneiros do Movimento Negro e Hip-Hop no Brasil travaram ao longo das décadas de 1970-80. Foram mobilizações pelos amplos direitos cidadãos e democráticos à população negra, pobre e periférica. No entanto, muitos direitos assegurados pela Constituição, a começar pelo direito à vida e à liberdade de ir e vir, continuam sendo violados. Entre esses problemas, um dos principais entulhos do período escravocrata e, mais recentemente, da ditadura militar, é a violência sistemática de agentes do estado contra a população negra e periférica. A violência policial é hoje um dos principais problemas a serem enfrentados pelo Brasil, com destaque para São Paulo.
A persistência da tortura nas abordagens cotidianas e nas delegacias policiais como “técnica de investigação” por parte dessas instituições; o encarceramento massivo de pessoas (o Brasil atualmente ocupa a quarta posição mundial, com mais de 550.000 pessoas em privação de liberdade; destas cerca de 250.000 apenas no estado de São Paulo); e, principalmente, as execuções extrajudiciais cometidas sistematicamente por agentes do estado formam um quadro gravíssimo em relação à garantia da cidadania básica para a maioria da população.
Sobre a Organização
O movimento é formado pela primeira geração de militantes do Hip-Hop no Brasil, pioneiros dos lendários encontros na Estação São Bento do Metrô, em São Paulo, na virada dos anos 1970-80. Inspirados pelo movimento negro histórico, desde o início o combate à violência contra a juventude negra e pobre marcou a atitude, as letras, as músicas, a dança e todas as intervenções socioculturais.
Parcerias
Os dois coletivos principais responsáveis pela proposta, o Movimento Hip-Hop Organizado e a Turma da São Bento – Pioneiros do Hip-Hop Nacional, fazem parte de uma ampla rede de posses de hip-hop, crews de BBoys, gangs de grafitteiros, articulação de grupos e artistas de hip-hop, além de diversas articulações atuais contra o genocídio da juventude negra e periférica.