Objetivos e público alvo
O projeto visou oferecer formação audiovisual para 60 jovens e, dessa forma, transmitir saberes técnicos e narrativos para a produção de documentários que divulgassem e fortalecessem a luta pelos direitos à terra e à moradia. A proposta foi desenvolvida no contexto das remoções de famílias de Fortaleza das áreas de interesse para a construção de infraestrutura para receber jogos da Copa do Mundo de Futebol de 2014. A depender da fonta, entre 3.500 e 7.000 seriam obrigada a sair de seus lugares de origem.
O objetivo do grupo é orientar 60 jovens das comunidades de Aldacir Barbosa, Trilhos e Barroso, em Fortaleza, para a produção de documentários que divulguem e fortaleçam a luta por direito a terra e à moradia. Serão criados núcleos de produção/distribuição de vídeos, em parceria com ONGs e associações de moradores que atuam nas comunidades Aldacir Barbosa, Trilhos e Barroso, ameaçadas de remoção em função de obras relacionadas à Copa de 2014.
Atividades Principais
- Reuniões preparatórias
- Formação de núcleos e oficinas de produção de vídeo com mídias móveis (celulares e câmeras fotográficas)
- Exibição dos documentários produzidos e fomento ao debate e à resistência às remoções
Contexto
Mesmo com déficit habitacional de 277 mil domicílios e precários sistemas de saneamento básico e saúde, o governo do Estado do Ceará e a Prefeitura de Fortaleza pretendiam investir cerca de R$ 560 milhões para receber no máximo quatro jogos da Copa do Mundo de 2014. O dinheiro seria gasto em obras de duplicação de vias e construção de um VLT (veículo leve sobre trilhos) que privilegiaria a ligação do setor hoteleiro ao estádio de futebol. Comunidades constituídas por ocupações urbanas seriam removidas para regiões limítrofes, distantes da infraestrutura.
O grupo Olho Mágico integra o Comitê Popular da Copa, que tem atuado em estratégias de resistência e publicização das violações de direitos humanos nesse contexto.
Sobre a Organização
O Olho Mágico é composto por jovens militantes pela democratização da comunicação, comprometidos com o ativismo social contra as violações de direitos humanos. O coletivo fomenta novas formas de mobilização social por meio de atividades educativas com uso de ferramentas de comunicação de fácil acesso. O grupo compartilha saberes técnicos e políticos sobretudo com as juventudes periféricas, propiciando a sujeitos historicamente silenciados o registro e veiculação audiovisual de memórias coletivas e reivindicações populares.
Os integrantes já capacitaram dezenas de jovens por meio da criação de núcleos de produção audiovisual em bairros como Serviluz, Trilhos e Ancuri, em Fortaleza; contribuíram com a instalação de rádios comunitárias ligadas ao MST; participaram do projeto “Escola de Mídia” e dos Festivais de Jovens Realizadores em Audiovisual.
Parcerias
Comitê Popular da Copa 2014
Jubileu Sul
Rede Brasil e Rede Nacional de Advogados Populares
Resultados
Participaram 40 alunos das ações que começaram com o curso de capacitação em técnicas e linguagens audiovisuais. Seguiram-se a consolidação de três núcleos de produção audiovisual em comunidades ameaçadas por remoções para as obras da Copa 2014, com exibição dos vídeos de produção própria, e um evento final, com intercâmbio de saberes e produções. Ao fim do projeto restou a pendência de realizar o documentário sobre os times de várzea que seriam destruídos com a remoção das comunidades por causa da Copa.
Confira aqui, vídeo de Roger Pires, integrante do grupo, falando sobre o projeto.