Objetivos e público alvo
O projeto propõe um processo de escrevivência, por meio de leituras e escritas, em que mulheres pré-egressas e egressas iniciem uma percepção e consciência de si no mundo. A partir de interesses e objetivos delas mesmas, visa instigá-las também a uma análise de suas vidas, contextos, escolhas, oportunidades e projetos de vida.
Contexto
O Brasil apresenta a quarta maior população carcerária feminina do mundo, com cerca de 42 mil mulheres presas (INFOPEN, 2018). A falta de acesso à direitos sociais é um dos fatores que as impulsiona para o envolvimento com atividades consideradas ilícitas. O perfil das mulheres encarceradas segue um padrão: a maioria é negra. Segundo dados do Observatório do Terceiro Setor de 2019, 68% das encarceradas no Brasil são mulheres negras. No Acre são 71%. Todavia, a presença de mulheres negras e indígenas nas universidades é mínima. É o racismo estrutural acrescido das discriminações de gênero, de classe, da não garantia dos direitos educacionais quando na infância e não proteção das violências incluindo o racismo estrutural, institucional e social que dilacera seu pertencimento, identidade, autoestima, esperanças de vida, e seu senso de estar no mundo.
Sobre a Organização
A Rede Mulher Ações tem como foco promover o protagonismo de mulheres negras, indígenas e afroindígenas do estado do Acre no contexto acadêmico. Com o intuito de descolonizar os espaços acadêmicos e auxiliar mais mulheres a adentrarem como estudantes e posteriormente, como professoras universitárias, é o que a Rede de forma colaborativa, sonha, almeja e visa alcançar. Mais mulheres negras, afroindígenas e indígenas na universidade para esvaziar as prisões e promover mobilidades sociais e mudanças estruturais.