Sabrina Duran
Vale quanto pesa
Maranhão
Objetivos e público prioritário
A partir da perspectiva dos quilombolas, verificar os impactos sofridos com a duplicação da Estrada de Ferro … e quais as compensações que são necessárias, além de verificar em que medida o monopólio da definição do impacto e de compensação ambiental pelos setores privado e público afeta a implementação de direitos dessas comunidades.
Atividades principais
- Produção, edição e finalização de quatro reportagens;
- Produção, edição e finalização de quatro webdocumentários e um documentário integral;
- Produção, finalização e impressão de ilustrações para o projeto Mundo Preto;
- Produção e impressão de banner para o Encontro Narrativas Quilombolas;
- Produção do projeto gráfico do zine Mundo Preto;
- Lançamento da websérie no terreiro de Mina do quilombo;
- Criação e produção do site mundopreto.com.br;
- Lançamento e finalização dos resultados do projeto durante o I Encontro de Narrativas Quilombolas do Maranhão, realizado no quilombo Santa Rosa dos Pretos;
- Lançamento do documentário no Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, em São Luís (MA), com as presenças de alguns moradores do quilombo em Itapecuru-Mirim.
Contexto
Há mais de 30 anos a empresa Vale S.A. instala e expande suas estruturas de exploração de minério de ferro no Maranhão por meio da Estrada de Ferro Carajás. Inaugurada em 1985, a estrada de ferro tem 892 km, dos quais 696 cortam 21 municípios maranhenses e influenciam outros dois. São transportadas por ano 120 milhões de toneladas de cargas – a principal é o minério d eferro extraído da mna de Carajás, no Pará. O minério viaja a céu aberto em 330 vagões, caem e poluem rios, igarapés, matas e o ar. Outro grave impacto é o atropelamento pelos trens de dezenas de pessoas e animais, o que causa mortes e mutilações. Esses impactos aumentaram a partir de 2010, quando a mineradora começou as obras de duplicação da estrada de ferro. As comunidades locais denunciam e realizam enfrentamentos, como ocupação de estradas, mas os esforços são minados pela criminalização promovida pela Vale, que move ações judiciais contra lideranças quilombolas.
Sobre a organização
Sabrina Duran é jornalista independente desde 2006 e desde 2013 cobre as áreas de direitos humanos e urbanismo por meio do projeto Arquitetura da Gentrificação, realizado em parceria com a Repórter Brasil. Nesse projeto, mapeia processos de higienização social no centro da capital paulista. É autora do livros “Mulheres Centrais”, com perfis de mulheres que vivem e trabalham no centro de São Paulo; e do livro “Por trás do tapume”, com seis reportagens sobre trabalho análogo ao escravo na construção civil. Já realizou reportagens especiais na Bolívia, Colômbia, Argentina, Inglaterra, França, Estados Unidos e em mais de 60 cidades brasileiras. É autora, em parceria com a Fundação Rosa Luxemburco, do zine “Privatização do Ensino”, lançado em 2016.
Parcerias
Coletivo de jornalismo Pavio.
Resultados
O site www.mundopreto.com.br contém quatro reportagens em texto, quato webdocumentários, cinco ilustrações feitas pela pesquisadora e artista quilombola Zica Pires, além de fotos de Andressa Zumpano e um zine com todo o conteúdo para ser baixado e impresso livremente. Também foi realizada uma estreia do documentário no Terreiro de Mina em Santa Rosa dos Pretos, outro no Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, em São Luís, além de cine debates nas comunidades vizinhas a Santa Rosa dos Pretos. Por fim, o projeto teve participação importante no I Encontro de Narrativas Quilombolas no Maranhão, realizado em Santa Rosa dos Pretos.
Linha de Apoio
Jornalismo Investigativo e Direitos Humanos
Ano
2017
Valor doado
R$ 40 mil
Duração
18 meses
Temática principal
Direitos socioambientais no âmbito dos megaprojetos