Objetivos e público alvo
Estabelecer diálogo com a sociedade e os trabalhadores sobre a importância do trabalho decente, com ênfase para a necessidade de se erradicar o trabalho infantil na indústria da moda. Construir estratégias para o enfrentamento do trabalho precário, em especial junto às costureiras que trabalham em seus domicílios, que, muitas vezes por conta das jornadas exaustivas, acabam utilizando a força de trabalho de seus filhos menores para cumprirem as exigências das empresas que as contratam.
Atividades Principais
- Reunião de planejamento com a equipe de apoio à execução do projeto;
- Evento de lançamento do projeto;
- Reuniões de monitoramento;
- Reunião de avaliação final;
- Oficinas com material específico sobre o tema: “As novas formas de contratação e suas consequências para classe trabalhadora e estratégias de luta”;
- Oficina de formação em estratégias de combate ao trabalho infantil;
- Rodas de conversas nas portas das 10 maiores fábricas com as trabalhadoras/es, com apresentação de material e debate;
- Veiculação de vídeos informativos;
- Seminário em parceria com o Ministério Público do Trabalho.
Contexto
A indústria do vestuário no Brasil ocupa 2º lugar em postos de trabalho, tendo faturado R$ 144 bilhões em 2017, conforme dados da OIT. Porém, essas indústrias em sua grande maioria se utilizam de mão de obra barata, fomentam a informalidade, precarizam o trabalho de imigrantes, exploram o trabalho escravo e infantil. Ainda sob o impacto da recente retirada de direitos da classe trabalhadora ocasionada pela reforma trabalhista e pela terceirização em larga escala que ocorre no Brasil, os sindicatos têm intensificado as discussões internas para garantir o trabalho decente preconizado pela Organização Internacional do Trabalho – OIT. O setor da moda é conhecido por suas questões trabalhistas – é usual a prática, por parte de algumas empresas, da distribuição de serviços para costureiras autônomas, contratadas por empreitadas. Essas mulheres trabalham em suas casas, em um sistema que desrespeita a legislação trabalhista, já que as contratantes colocam prazos muito curtos – o que leva, por vezes, a família toda a trabalhar para cumprir o acordado. Para além das discussões sobre a precariedade do trabalho, o sindicato se propõe a debater com essas trabalhadoras a importância do seu empoderamento, para evitar a exploração da sua mão de obra e de seus filhos, que acabam expostos o trabalho infantil.
Sobre a Organização
Sorocaba é um município de tradição operária, oriunda do setor têxtil, contando com população estimada em 700 mil habitantes. Fundado em 1986, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Sorocaba nasceu com o objetivo de organizar a categoria na região. Com a desregulamentação do trabalho no setor vestuário, onde grande parcela do empresariado transferiu para a força de trabalho todo o ônus da conjuntura econômica, a categoria conta hoje com 2,5 mil trabalhadore(a)s formais, sendo 75% deste total formado por mulheres. É crescente a informalidade, por meio do trabalho a domicílio, já que empresas que não são da cidade subcontratam costureiras, resultando em condições de trabalho deterioradas e achatamento nos seus rendimentos financeiros. Essa forma de trabalho dificulta o trabalho sindical e invisibiliza a prática do trabalho infantil e até mesmo impossibilita a utilização dos mecanismos de proteção social.
Parcerias
Secretaria Estadual da Mulher Trabalhadora da CUT/SP
Secretaria de Comunicação da CNTRV
Secretaria Geral da FETRACOVEST
