União das Associações de Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Município de Itapecuru Mirim/Maranhão (Uniquita)
Comunicação e produção de narrativas para resistência, ação e criação de memória quilombola
Maranhão
Objetivos e público prioritário
Desenvolver técnicas de apuração de informações, documentação, registro e comunicação popular capazes de se sobrepor a discursos hegemônicos e de propor atuação política autônoma a partir da perspectiva dos povos quilombolas. Contemplar jovens lideranças quilombolas da cidade de Itapecuru, no Maranhão, e de municípios vizinhos.
Atividades principais
- Oficina de Artes Visuais (fotografia, vídeo, charge/ilustração, grafite, cartaz/bandeira);
- Oficina Experiências de contra-narrativas populares, que trará os diversos tipos de reportagem (investigação, perfil, grandes narrativas, crônica e cordel);
- Oficina Corpo e movimento (Teatro do Oprimido, performance, música e dança);
- Oficina de Comunicação de Guerrilha (zine, narrativas orais curtas cifradas, narrativas visuais cifradas, sinais de emergência (tambores e cânticos);
- Site com reportagens, vídeos, charges, fotos e outras produções da(o)s participantes do projeto e de outras(o)s comunicadoras/es do Maranhão.
Contexto
Para que a história de violações de direitos cometidas contra quilombolas de Itapecuru-Mirim não se repita, é preciso recuperá-la, registrá-la, ressignificá-la e utilizá-la na formação das jovens lideranças, para que entendam que a integridade do corpo preto e das terras dos pretos e pretas depende do conhecimento do passado e da mudança de rumos no presente. Na atual conjuntura de aumento das violações de direitos por grandes empresas e governos, essa tarefa é mais urgente. Com a posse do novo governo federal, já foi possível sentir o aumento da violência os habitantes de Itapecuru e o avanço sobre suas terras por parte dos latifundiários.
Sobre a organização
Formalizada em 2013, a União das Associações de Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Município de Itapecuru Mirim – Uniquita, existe desde os anos 1950, atuando como movimento de resistência e luta quilombola no município de Itapecuru-Mirim, localizado a aproximadamente 90 km da capital maranhense. Seu início está na resistência e luta de três descendentes de escravizados (Libânio Pires, Benedito Belfort e Justo Evangelista Conceição), que naquele momento passaram a lutar pelo reconhecimento e titulação como terras quilombolas das terras em que seus antepassados, vindos da Guiné Bissau, foram feito cativos. Nos anos 1970, a luta quilombola na região de Itapecuru-Mirim começou a ganhar força, organização e capilaridade. A formalização em 2013 surgiu como consequência dessa organização inicial e pela necessidade de articular institucionalmente a resistência em um cenário cada vez mais complexo de luta pela terra. Atualmente, a Uniquita representa os 70 quilombos de Itapecuru-Mirim.
Parcerias
Coletivo Pinga-Pinga
TV Quilombo (Quilombo Rampa)
Universidade Federal do Maranhão - UFMA
Defensoria Pública da União (DPU) no Maranhão
Comissão Pastoral da Terra - CPT
Movimento Quilombola do Maranhão - Moquibom
Teia dos Povos
CESE
FASE Pará
Quilombo África
Quilombo Laranjituba
Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas - CONAQ
Rede Eclesial Pan-Amazônica - REPAM
Linha de Apoio
Edital Anual
Ano
2019
Valor doado
R$ 40.000,00
Duração
8 meses
Temática principal
Direito à livre expressão, organização e manifestação