Criado em 2012 nos Estados Unidos com o nome #GivingTuesday, o #DiaDeDoar foi pensado como um contraponto a datas comerciais como o #BlackFriday, dia em que lojas oferecem descontos e atraem milhões de consumidores para as tradicionais compras de Natal.
O Brasil participa da mobilização desde 2013, com o objetivo de promover a cultura de doação no país. Este ano, o #DiaDeDoar será realizado em 28 de novembro, alinhado com a campanha global que reúne países como Estados Unidos, Índia, Itália, Inglaterra, Austrália, Quênia, Tanzânia, Suíça, Armênia e Rússia.
Pela segunda vez, o Fundo Brasil de Direitos Humanos participa da mobilização nacional que busca a promoção de um país mais engajado no apoio à sociedade civil organizada.
Mas por que a cultura de doação é importante para os direitos humanos?
Muitas conquistas e direitos são resultados de lutas que foram realizadas por organizações, grupos ou coletivos que fazem parte da sociedade civil organizada. Para atuar, defensoras e defensores de direitos precisam da colaboração de todas e todos para continuar as lutas. E isso pode ser feito por meio de doações.
Entre as conquistas da sociedade civil organizada está, por exemplo, a Lei Maria da Penha. A lei criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher e é considerada um grande avanço na legislação brasileira. É uma conquista que é uma consequência da mobilização de milhares de defensoras dos direitos das mulheres ao longo de muitos anos.
A própria Lei Maria da Penha, no entanto, é um exemplo de que a luta não pode parar. Apesar da legislação já ter completado onze anos, ainda são poucas as casas de proteção e abrigos para mulheres no país. As delegacias especializadas e os juizados especiais existem apenas nas capitais e grandes cidades. Milhares de mulheres não contam com nenhuma proteção nas áreas de segurança pública, assistência social ou saúde. Ou seja, ainda é preciso avançar muito.
Além das causas ligadas aos direitos das mulheres, outras diversas mobilizações como o enfrentamento ao racismo, a luta pelo respeito aos direitos das pessoas LGBT e os direitos das populações indígenas e quilombolas exigem uma atenção permanente e o engajamento da sociedade civil organizada. E isso só é possível com a colaboração da população, por meio da cultura de doações.
A necessidade de mobilização aumentou ainda mais nos tempos atuais, com muitos retrocessos e ameaças aos direitos humanos; desmonte de estruturas; violência e criminalização de atores e movimentos sociais.
“O trabalho do Fundo Brasil mostra-se mais fundamental do que nunca. É o apoio certo diante da necessidade absoluta de resistir”, afirma Ana Valéria Araújo, coordenadora executiva da fundação.
Como é a participação
A participação do Fundo Brasil é feita por meio da divulgação de peças digitais nas redes sociais e emails, sempre com a mensagem sobre a importância da cultura de doação.
Os interessados em doar para colaborar com os projetos apoiados pela fundação podem clicar aqui. Os doadores vão receber a coleção de pôsteres da linha “Pessoas que inspiram”, com personalidades como a artista Nina Simone, o líder africano Nelson Mandela e a pintora mexicana Frida Kahlo.
Compartilhar as postagens do Fundo Brasil sobre o #DiaDeDoar é também uma forma de participar da mobilização. As postagens são feitas no Facebook, Twitter e Instagram.
Fundo Brasil
O Fundo Brasil é uma fundação independente, sem fins lucrativos. É um elo entre doadores e organizações locais. Oferece apoio financeiro e técnico a essas organizações, para viabilizar projetos de defesa e promoção de direitos humanos. São iniciativas que empoderam pessoas e fortalecem a sociedade civil.
A fundação atua para que integrantes de grupos vulneráveis e vítimas de violações possam ser protagonistas de suas próprias causas, ampliando suas vozes para defendê-las.
O Fundo Brasil tem ainda o objetivo de dar visibilidade ao papel das organizações na defesa dos direitos humanos. É também dessa forma que contribui para transformar realidades de violação e para o fortalecimento da democracia.