Mãe, mulher negra, empreendedora e ativista, Maria Teresa Ferreira, do Momunes (Movimento de Mulheres Negras de Sorocaba), sabe muito bem o que é ocupar um espaço em que resistir é fundamental para seguir em frente.
“Você precisa todo dia ter que falar para alguém: sou preta sim. E aí? Você vai conversar comigo, vai bater a porta na minha cara, como é que a gente vai negociar?”, diz.
O depoimento de Maria Teresa sobre o Momunes e sua própria trajetória é um dos que fazem parte da série #DefensorXs, que o Fundo Brasil divulga em seu site e nas redes sociais a partir desta semana.
São 14 depoimentos de defensores e defensoras de direitos humanos ouvidos durante o XI Encontro de Projetos do Fundo Brasil, realizado em dezembro do ano passado durante três dias com oficinas, debates, roda de conversa sobre os desafios para 2018 e o show “Diálogos Musicais em Direitos Humanos”.
Todas as pessoas entrevistadas pela equipe de comunicação fazem parte de grupos, organizações e coletivos apoiados por meio do edital “Combate à violência institucional e à discriminação – 2017”.
Por meio da série, o Fundo Brasil mostra a importância de defensores e defensoras para a conquista de direitos que beneficiam toda a população e também para a construção de um país mais democrático.
As histórias serão contadas quinzenalmente, por meio de vídeos, textos e imagens.
“A gente milita a vida toda, principalmente para quem é preto, favelado, pobre. Milita a vida toda. Só que às vezes não tem essa percepção de militância”, contou Fabrício Tadeu de Paula, o Bim Oyoko, do Fórum das Juventudes da Grande BH.
Nos depoimentos, o grupo de ativistas falou sobre a importância do apoio do Fundo Brasil para fortalecer as suas lutas. Eles e elas atuam em causas diversas, distribuídos por vários estados brasileiros.
“Em 2011, uma ação chamada Zona de Direitos, com apoio do Fundo Brasil, nos trouxe um momento de reflexão. E encontramos uma ferramenta muito importante, a comunicação”, relata Leila Barreto, do Gempac (Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará). O grupo voltou a ser apoiado em 2017.
Veja a lista completa dos depoimentos
Kaiulu Yawalapiti – Associação Yamurikumã das Mulheres Xinguanas – MT
Tauã Souza e Silva – Associação dos Povos Indígenas do Mapuera – PA
Chopelly Santos Pereira – Amotrans- PE
Maria Teresa Ferreira – Movimento de Mulheres Negras de Sorocaba – SP
Rúbia Mara Silva Oliveira – Frente Nacional de Mulheres no Funk – SP
Adriano Moreira de Araújo – Fórum Grita Baixada – RJ
Iara Beatriz Pereira – Rede Puxirão de Comunidades Tradicionais – PR
Josefa de Oliveira Câmara da Silva – Conselho Ribeirinho – PA
David Vieira de Araújo – Fórum DCA – CE
Ana Cristina Carvalho de Oliveira – Associação de Bem com a Vida – RR
Bim Oyoko – Fórum das Juventudes da Grande BH – MG
Edson Lopes Cardoso – Ìrohìn – BA
Leila Barreto – Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará – GEMPAC – PA