Quando, a partir da década de 1940, os fluxos migratórios trouxeram para São Paulo um elevado contingente populacional, eram ainda impensadas as consequências. Hoje, décadas depois, o crescimento desordenado é marcado pela expansão das favelas e pela remoção dos moradores mais pobres para as periferias dos grandes centros urbanos. A situação se agrava com a precariedade de serviços como transporte coletivo, saúde pública e falta de áreas de lazer e cultura nos bairros.
A necessidade de contar essas histórias e fazer da comunicação uma ferramenta de luta fez surgir projetos como o “Rádio para uma Cidade Justa – A comunicação comunitária nas ondas do direito à moradia”, da União e Inclusão em Redes e Rádio (UNIRR), contemplado no Edital Específico Direitos Humanos e Desenvolvimento Urbano, realizado pelo Fundo Brasil em parceria com a Fundação Ford, em 2012.
A ideia da iniciativa era formar comunicadores comunitários de diferentes ocupações da região metropolitana de São Paulo para que se apropriem de ferramentas de comunicação como instrumentos de mobilização e enfrentamento dos problemas sociais.
Por meio de aulas, oficinas e reuniões, membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) que atuam em diferentes comunidades na periferia sul e na região metropolitana de São Paulo aprenderam a produzir peças de rádio que visam ampliar os debates sobre moradia, acesso à serviços públicos e pelo direito a informação e comunicação. “Fazer jornalismo também passou a ser missão da militância”, explica Marcos Aurélio de Carvalho, coordenador do projeto.
A iniciativa também estimulou os alunos a trabalhar a insegurança, a timidez e a exposição em público, foi o que revelou a avaliação realizada ao final das oficinas. Para os avaliados, as atividades proporcionaram o seu desenvolvimento enquanto articuladores dos movimentos sociais.
Para conhecer mais sobre as ações da UNIRR, acesse: http://www.unirr.org.br/